"Temos ódio e nojo de uma ditadura", diz Chico Pinheiro em ato na USP

O jornalista Chico Pinheiro é uma das vozes conhecidas a defender a democracia, no ato organizado por membros e entidades da sociedade civil em defesa da Constituição Brasileira, na Faculdade de Direito da USP, nesta quinta-feira, 11. O ex-âncora da Globo alertou sobre a ameaça ao sistema político em vigor no Brasil e reforçou o pedido por uma democracia plena, não apenas nas eleições.

"Vale lembrar o doutor Ulisses: traidor da Constituição é traidor da pátria. Temos ódio, ódio e nojo de uma ditadura. Essa mensagem ecoa no coração das pessoas democratas, que querem um Brasil livre, justo. Que a democracia não seja só do voto, mas seja da inclusão econômica, social. Que seja democracia verdadeiramente racial", destaca.

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Democracia pra quê?

Chico Pinheiro enfatiza a necessidade da democracia racial, uma vez que a maior parte da população brasileira é formada de negros e pardos, mas, proporcionalmente, eles ainda não estão em cargos de chefia. Essa realidade alcançao tanto a iniciativa privada quanto o Estado Brasileiro.

"Você entra no restaurante, só vê brancos comendo e negros servido, como se a gente ainda vivesse a época da casa grande e senzaal", acrescenta.

O jornalista ainda afirma que o ato desta quinta, que consiste na leitura de uma carta pela democracia, é uma espécie de "aviso-prévio" a quem chamou de "senhores que não toleram a democracia". Chico não citou nomes. 

"Este momento agora é um aviso-prévio a esses senhores que não toleram a democracia: 'Não vamos admitir que vocês destruam o que custou sacrifício e até sangue de tanta gente no Brasil'", diz.