Eram quase 2h da madrugada desta sexta-feira (18) quando a apresentadora Renata Lo Prete encerrou o ‘Jornal da Globo’ com homenagem ao editor de imagens Antônio Alves Gomes, conhecido como Toninho Asa.
Ele tinha 59 anos e sofreu parada cardíaca em consequência de covid-19. Estava internado havia duas semanas. Deixa mulher e três filhos. Uma das filhas herdou dele a paixão pela comunicação e também trabalha na TV Globo.
Ao noticiar a morte do colega, a sempre contida Lo Prete se permitiu a emoção. Expressão de tristeza, voz embargada, olhos marejados. A âncora destacou o quanto o editor era bem-humorado e sua satisfação em transmitir conhecimentos aos novatos.
Jornalistas e produtores ficaram em pé na redação em reverência à memória do colega. A última imagem do ‘JG’ foi a sala de edição vazia, antes ocupada por Toninho Asa, a poucos passos da bancada onde fica a âncora.
No ‘Jornal da Globo’, o profissional se dedicava especialmente à coluna do jornalista Nelson Motta sobre cultura e comportamento. Na Globo desde 2006, ele inovou a maneira de montar as matérias. Aplicou seu instinto de artista plástico para tornar mais criativo e surpreendente o visual do que editava para ir ao ar.
A morte de Toninho Asa foi lamentada também no ‘Jornal Nacional’. William Bonner leu a notícia que incluiu o registro de outra perda de funcionário da Globo para a covid-19: a do coordenador de telejornais Davi Maia, de 55 anos, que atuava nas equipes do ‘Bom Dia Brasil’ e do ‘RJTV’.
No ‘Jornal de Hoje’ de ontem, César Tralli precisou controlar o choro ao noticiar a morte de Toninho Asa, a quem chamou de “grande amigo”. Nas redes sociais, vários jornalistas que trabalharam com o editor manifestaram pesar e também revolta pelo descontrole da pandemia no Brasil. O número de mortos pelo coronavírus no País se aproxima de 500 mil.