No ‘GloboNews em Ponto’ desta sexta-feira (11), a âncora Julia Duailibi apresentou preços de passagens aéreas em classe Executiva no trecho Brasília-Nova York para comparar com os valores pagos na viagem do secretário especial de Cultura Mario Frias.
A produção da TV achou cotação de bilhete ida e volta por R$ 13.000,00. “E conseguiria mais barato, por R$ 8 mil”, informou a apresentadora. O governo pagou R$ 13.000,00 por cada trecho da viagem de Frias, ou seja, R$ 26.000,00 no total.
“Se tivesse falado com a gente (aqui da GloboNews), ele teria conseguido passagem mais barata”, debochou Duailibi em conversa com o comentarista Valdo Cruz.
A apresentadora também ironizou trecho da mensagem postada pelo secretário em uma rede social. Ele inicia escrevendo “Não paguei essa quantia por essa viagem...”
“Ele não pagou mesmo. Quem pagou fomos nós (contribuintes), foi dinheiro público”, argumentou Julia, enfática.
Valdo ressaltou que Mario Frias poderia ter viajado de Executiva desde que pagasse do próprio bolso a diferença em relação ao valor da classe Econômica. Na data da viagem, autoridades do governo federal não tinham autorização para embarcar em classe superior nos voos.
Em janeiro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro editou decreto que autoriza a compra de passagem em classe Executiva a ministros e servidores em cargo de confiança para viagem internacional a partir de sete horas de duração, a fim de cumprir compromisso de interesse da União.
De acordo com informações do Portal da Transparência, o secretário de Cultura foi a Nova York em dezembro do ano passado para se encontrar com o lutador de jiu-jítsu Renzo Grace e o empresário Bruno Garcia. Viajou acompanhado de seu adjunto, Hélio Ferraz. A ida dos dois aos Estados Unidos custou R$ 78,2 mil aos cofres públicos, incluindo diárias de hotel.
O ‘Jornal Nacional’ de ontem também questionou a viagem classificada como “urgente”. William Bonner e Renata Vasconcellos disseram que o secretário poderia ter feito uma reunião on-line, “como bilhões de pessoas no planeta desde o início da pandemia”.
Antes de entrar na política, Mario Frias foi ator e trabalhou em produções da Globo e Record TV. Ele também apresentou um programa de viagem na RedeTV. Tomou posse como secretário de Bolsonaro em junho de 2020, em substituição à colega Regina Duarte.