“Brasil: Pintaram um presidente bronco de fascista pra que pudessem eleger um fascista tosco presidente”, postou Tiago Pavinatto em seu perfil no Twitter, referindo-se, obviamente, a Jair Bolsonaro e Lula.
A mensagem foi antecedida por outras, igualmente raivosas, em que o apresentador dos programas ‘Linha de Frente’ e ‘Os Pingos nos Is’ refuta a ação civil pública ajuizada contra ele pela Advocacia-Geral da União (AGU) na segunda-feira (26).
“Pavinatto associou o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao crime organizado, ao narcotráfico e a um suposto golpe de Estado, após visita realizada ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 13 de março deste ano”, explica a Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU.
No ‘Linha de Frente’ de 19 de maio, o âncora questionou o “entra e sai” de Dino no Complexo da Maré, no Rio, dominado pelo Comando Vermelho, e sugeriu que o ministro quisesse “ajudar, talvez, facções que eventualmente sejam amigas.”
Ainda usando o Twitter para se defender da ação pública que pede indenização de R$ 300 mil, o contratado da Jovem Pan News se coloca como vítima. “Prazer, me chamo Tiago Pavinatto. Eu sou o primeiro perseguido pela Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia”, escreveu.
E foi além. “O fato, no final das contas, é que o Governo LULA foi o único governo que, desde a redemocratização, bate em mulher e persegue um homossexual.”
Neste último tuíte, o âncora cita a si mesmo e a repórter da TV Globo Delis Ortiz, agredida por seguranças ligados ao governo em evento com o ditador venezuelano Nicolás Maduro no Palácio do Itamaraty, em 31 de maio.
Gay e conservador, Tiago Pavinatto, de 38 anos, é advogado, professor-doutor de Direito, escritor e polemista assumido. Descreve-se como “antifilósofo da estupidez”.
Além de trabalhar na Jovem Pan News, onde polemiza quase diariamente, ele faz parte do elenco da série ‘Investigação Criminal: Crimes Perversos’, do AXN Brasil, disponível também na Amazon Prime.
A semana não tem sido fácil para a Jovem Pan. Paralelamente a esse imbróglio jurídico com um de seus principais apresentadores, o grupo de comunicação se tornou alvo de um pedido de cassação da concessão de sua rádio.
O Ministério Público Federal alega ter havido veiculação de “informações falsas” relacionadas ao processo eleitoral de 2022. Pede ainda o pagamento de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos.
A boa notícia de junho para a Jovem Pan foi o crescimento de seu canal de TV no Ibope. Ficou em 21º lugar no ranking do Painel Nacional de Televisão (PTN), apenas cinco posições abaixo da rival GloboNews. Em alguns horários, a emissora empata e até ultrapassa a concorrente do Grupo Globo.