No início de março, a Eletromídia anunciou a venda de 12 milhões de ações para a Globo Comunicação e Participações S. A., a holding que agrega as principais empresas da família Marinho.
Com forte crescimento no mercado, a Eletromídia atua no out-of-home (OOH), ou seja, transmitindo mídia externa por meio de displays e TVs em corredores de shoppings, pontos de ônibus, saguões de aeroportos, elevadores de prédios, telas no metrô etc.
Hoje, este segmento já recebe cerca de 10% do bilionário investimento em publicidade das agências e seus clientes anunciantes. A perspectiva é de ganhar ainda mais espaço nos próximos anos.
A estratégia da cúpula da Globo é óbvia e coerente: atingir o público que não está diante da TV, seja por indisponibilidade ou desinteresse.
Ao se unir à Eletromídia, a Globo vai exibir conteúdo em locais de intensa circulação, ampliando o alcance de seus programas e produtos digitais.
Em ‘Nos Bailes da Vida’, Milton Nascimento canta: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. A emissora decidiu correr atrás de quem não fica sentado no sofá consumindo passivamente sua programação.
Esse movimento é imprescindível para manter a força do canal e a própria relevância da televisão. Afinal, cada vez menos gente se mostra disposta a passar horas diante da tela.
Com a concorrência interessante dos canais pagos e dos serviços de streaming, o canal carioca se vê obrigado a disputar novos perfis de público e tipos de audiência.
O futuro da TV está fora da TV: nas plataformas digitais (como o Globoplay) e nas tecnologias acessadas pelo celular, a exemplo dos apps para assistir a novelas, programas, filmes e demais atrações transportadas do modelo tradicional (o sinal aberto da televisão).
Para manter a influência gigantesca nos novos tempos, o velho veículo de comunicação – liderado pela Globo no Ibope – precisa surpreender o cidadão nos locais onde menos se espera.