Após o sucesso do 50 & Tanto, Angélica estreou o 50 & Uns, no Globoplay, no GNT e no Fantástico. O bate-papo, que continua sendo gravado na casa dela, agora é estrelado por convidados homens, que responderão sobre corpo, poder, família e sexo. Em entrevista à Contigo! Novelas, a apresentadora fala sobre o novo programa.
Depois do 50 & Tanto, você estreou o 50 & Uns, agora, em bate-papos com homens. Como essas
conversas te surpreenderam?
O conjunto da obra me impressionou muito, porque quando a gente pensa: 'vamos conversar com homens', a gente se questiona se eles vão estar à vontade como as mulheres estavam, se vão falar mesmo, porque a gente costuma dizer que homem não gosta de DR, não gosta de conversar. Então deixamos eles ficarem à vontade e não ser uma coisa tipo entrevista, sabe, de todo mundo chegar lá meio certinho, então foi muito surpreendente. Quando todo mundo entendia o tema, o porquê de estar ali, entrava mesmo. Teve papo de sexo, corpo, poder, vida... e eu achei que os homens estão querendo realmente um espaço para falar [risos], vamos dizer assim.
O Jonathan Azevedo falou sobre adoção e foi muito bonito, nunca tinha visto ele falar de forma tão aberta e emocionante. O Gil do Vigor também, estava de coração aberto para falar sobre sexualidade e de forma muito espontânea. O próprio Antonio Fagundes falando sobre sexo. Como assim ele falando disso, né? E ele falou de forma brilhante sobre o ponto de vista dele, muito pé no chão, sobre o quanto o desejo é reprimido, que a gente tem medo de falar sobre isso. Acho que cada um contribuiu de um algum jeito, de forma muito à vontade, espontânea, quem a gente nem imaginava entregou.
Esse é um diferencial do programa, falar de assuntos que são considerados tabus?
Quando a gente traz o convidado aqui para a minha casa, quando eu coloco a minha opinião sobre o assunto, acho que isso já deixa a pessoa mais à vontade para que ela se abra também. A gente se importou em deixar todo mundo feliz e seguro para falar sobre coisas que eles não estão acostumados a falar, que são tabus e que não precisam ser. O que eu venho falando bastante, não só para o 50 & Uns, mas na minha vida mesmo, das coisas que tenho feito, é que acho que o tabu está aí para a gente quebrar mesmo. Acho que a gente está em um momento muito especial da mídia, das mulheres, que a gente está podendo falar, ouvir, trocar. Até mesmo nas redes sociais, temos que usar a nosso favor, não só para fake news, tem que usar para coisas que são de informação.
E acho que o programa contribui muito para isso também, porque é claro que quando a gente conversa sobre um determinado assunto com uma celebridade ou alguma pessoa que é admirada por tanta gente, vai despertar essa discussão, esse diálogo, na casa de quem estiver assistindo e que nunca parou para falar ou para pensar sobre. Acho que contribui, socialmente falando, quando você coloca essas pessoas como cidadãos ali, expondo a sua opinião sobre determinados assuntos da política, da vida, da saúde mental.
Como esse projeto te desafiou?
Ele me desafiou muito nesse lugar da não entrevista, porque não é uma entrevista, é uma conversa, sempre com temas até difíceis de falar ou que as pessoas não estão acostumadas a falar, então é um desafio, eu gosto de coisas assim, que nunca fiz. E também tem uma outra coisa muito especial que é me colocar também. As pessoas me conhecem já há bastante tempo, conhecem tudo da minha vida, e por mais que eu já tenha dado mil entrevistas e falado de muita coisa, elas não me viram falando de determinados assuntos. Era um ambiente em que eu me senti confortável também, em que tinha um contexto propício para falar, não era uma coisa solta numa entrevista, tinha um porquê, então acho que me colocou muito também nesse lugar.
Você tem anos de carreira, já fez tanta coisa. Tem algo que ainda não fez e quer fazer?
Eu já fiz bastante coisas, né? E eu nunca fiz teatro. Apesar de ter feito shows pra caramba, ter rodado
o Brasil inteiro, ter feito palco, mas palco de teatro eu nunca fiz. E isso não quer dizer que eu queira fazer, estou dizendo que nunca fiz [risos]. É que me convidaram há pouco tempo para fazer, eu fiquei até tentada, mas não sei se eu queria, tanto que acabei não fazendo. Mas seria uma novidade, né?
E tem algo que você queira voltar a fazer?
Tem coisas que já fiz e que eu quero fazer de novo, quero fazer cinema, um videogame da vida. Eu gosto de gente, gosto de público, gosto de auditório, então farei de novo, quantas vezes precisar fazer, porque gosto, me sinto à vontade também.
Depois do 50 & Tanto e do 50 & Uns, podemos esperar uma continuação?
O 50 & Tanto foi muito bem-sucedido. Eu não sei se esperava, eu só queria celebrar os 50 anos de uma
forma bacana e gerou um projeto. Não sei se teria uma trilogia. Seria o que, 50 a Dois, com casais? A
gente pode criar aqui em grupo um projeto, pode ser [risos]. Isso também é muito gostoso, essa coisa da nova mídia, do streaming, essa coisa da liberdade de você poder criar, de não ficar tudo em um lugar só. Você pode viajar em coisas que se tornam um projeto interessante, que, sem pretensão, acabam virando uma coisa legal, que acho que foi o que aconteceu com a gente. Pode ser, quem sabe um 50 a Dois, né? Mas estou gostando muito dessa forma, de você poder fazer várias coisas, ter um projeto aqui, outro ali, poder variar e estar sempre criando coisas diferentes.