De acordo com a ‘Folha de S. Paulo’, a Globo admitiu ter firmado um contrato com Neymar em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil.
O acordo previa entrevistas exclusivas e informações em primeira mão, entre outros privilégios ao canal da família Marinho.
Qualquer emissora pode pagar salário ou cachê para atletas que desempenhem a função de apresentador ou comentarista esportivo.
Mas pagar a um entrevistado por acesso especial a ele, como a Globo fez em relação a Neymar, fere um dos pilares principais do jornalismo ético.
Nenhuma entrevista pode envolver acordo financeiro. Informação não deve ser comprada, independentemente de o personagem da matéria ser um anônimo ou um astro do futebol.
Financiar contato maior ao mais midiático jogador da Seleção Brasileira é prostituir o jornalismo e ser desonesto com os demais veículos de comunicação, ainda que o contrato não impedisse o ponta-esquerda de atender o ‘resto’ da imprensa.
Pior ainda isso ter sido feito sem o conhecimento público. Globo e Neymar colocaram interesses comerciais e editoriais acima do aceitável.
Com o jogador sob contrato, o que o canal fez está longe de ser telejornalismo. Mais parece publicidade – Neymar se tornou uma espécie de garoto-propaganda da emissora.
O precedente aberto é grave e certamente vai mudar a postura de muitos atletas no trato com a Globo. Se a emissora paga por um, por que não paga pelos outros?
Qualquer entrevistado pode se sentir no direito de cobrar para dar entrevista exclusiva.
A toda poderosa Globo marcou um lamentável gol contra.
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