No mês das festas de Santo Antônio, São João e São Pedro, volta à mídia o ex-candidato à Presidência Padre Kelmon, que virou meme ao ser chamado de ‘padre de festa junina’ em um debate na TV. Aliás, retornou sem medo de se queimar ao pular a fogueira.
No VarelaCast, em Salvador, o sacerdote fez uma declaração polêmica sobre William Bonner, âncora do ‘Jornal Nacional’ e mediador dos encontros de presidenciáveis na Globo na campanha de 2022.
“Quem mais me prejudicou nos debates foi o William Bonner. Ele roubava meu tempo, interrompia o que eu estava falando para salvar o Lula”, disse o religioso à apresentadora Sheila Varela.
“Ele para, me chama a atenção como se eu fosse uma criancinha, briga comigo, defende o Lula 500 vezes. Ele fez o papel do soldadinho da esquerda, soldadinho do Lula. William Bonner fez isso. Não foi mediador, estava ali defendendo uma candidatura de esquerda.”
Na verborragia furiosa contra o jornalista mais influente da TV, sobrou também para a Globo. Kelmon acusa o canal de falta de isenção. “Eles tinham uma opção, queriam o Lula como presidente.”
Ele usou o recente episódio de violência à imprensa na visita do ditador venezuelano Nicolás Maduro a Brasília para provocar a emissora da família Marinho.
“Vocês fizeram o L. Experimentaram o que a esquerda faz com jornalistas. Puderam experimentar um soco no meio do peito que a Delis Ortiz levou”, disse, referindo-se à veterana repórter agredida por seguranças ao tentar se aproximar de Maduro.
“Achei uma irresponsabilidade tamanha, uma tamanha falta de respeito com uma mulher, uma profissional da comunicação. Estava ali no direito de entrevistar um presidente que visitava nosso país, esse comunista.”
O sacerdote comentou as brincadeiras na internet com o apelido ‘padre de festa junina’, dado a ele por outra candidata à Presidência, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil), no debate da Globo.
“Eu tenho também que brincar com as pessoas. Não vou gritar, tratar com grosseria, com palavrões. Sei quem sou, sei minha história. Sei que passei toda uma trajetória para chegar a ser sacerdote. Essa pessoa (que debocha dele) é uma desinformação, de esquerda, talvez.”
Em vários momentos da entrevista ao podcast baiano, Kelmon disparou em direção ao lado do espectro político onde está Lula.
“A esquerda cobra tanto isso, o preconceito religioso, mas eles são os primeiros intolerantes. Se não fossem, aprendiam a me respeitar e não falavam as asneiras que falam. Vocês iam me respeitar como sacerdote. Querendo conversar comigo, tête-à-tête, é só me chamar”, desafiou.
A apresentadora questionou se ele não tinha nada de esquerda. “Só o braço”, ironizou o padre. E brincou dizendo que vai tirar o sobrenome Silva, o mesmo do presidente petista.
A respeito do boato de que se lançará candidato a prefeito de Salvador em 2024, Padre Kelmon disse não ter a “pretensão”, porém, se colocou à disposição de seu partido, o PTB.
A terra dos Orixás elegeria um padre de direita que continua fiel defensor de Jair Bolsonaro? O ano que vem promete ser animado como uma quadrilha caipira.