O clima entre a Globo e Camila Queiroz já estava nebuloso desde que a atriz assinou contrato com a Netflix para apresentar o ‘Casamento às Cegas’ ao lado de seu marido, Klebber Toledo. O serviço de streaming é concorrente do Globoplay e visto como ‘ladrão’ de público da TV aberta.
A situação se deteriorou de vez quando a artista impôs condições para assinar uma extensão de seu contrato com a Globo a fim de concluir as gravações de ‘Verdades Secretas 2’, esticadas por conta dos protocolos de covid-19. O desacordo terminou em demissão. O anúncio bombástico foi feito pelo GShow.
“Camila Queiroz quis determinar o desfecho da personagem Angel e exigiu um compromisso formal de que faria parte de uma eventual terceira temporada da obra, além de outras demandas contratuais inaceitáveis. A Globo, então, decidiu concluir Verdades Secretas 2 sem a participação da atriz”, diz trecho do comunicado.
A primeira impressão pode ser: a Globo enlouqueceu? Como demite a protagonista de seu maior sucesso do momento? Uma análise fria mostra que a emissora agiu corretamente ao não se curvar às exigências da atriz. A obra dramatúrgica é maior do que um ou outro membro de seu elenco.
Um canal poderoso como a Globo não pode ser refém desse ou daquele artista. Além do mais, foi-se o tempo em que uma atriz ou um ator garantia o sucesso de uma novela, série ou minissérie. O telespectador não está mais interessado na fama do intérprete, e sim na qualidade dos personagens, das tramas, da direção, da obra em geral.
Quem mais perde, neste caso, é Camila Queiroz. Deixa a Globo, onde foi revelada em 2015, com a imagem de insolente. Não vai faltar trabalho a ela, certamente, porém, perderá a maior e mais valiosa vitrine artística: a tela da Globo. Goste-se ou não, é a emissora onde atores e atrizes se consagram e têm mais chance de atingir o ápice da carreira.
Fica a lição: a Globo não tolera ser desafiada.