O destino, às vezes, é traiçoeiro. Nos coloca em situações de extremo drama. De plantão no sábado (26), no ‘Jornal do Meio-Dia’ da GloboNews, Marcelo Cosme teve de dar a notícia da morte de uma amiga e grande incentivadora de sua carreira.
Mal começou a ler a notícia sobre Julieta Amaral, ele foi tomado pela emoção e terminou em prato de choro, consolado pela parceira no estúdio, Leilane Neubarth. (Assista ao vídeo no fim deste texto.)
Vítima de câncer aos 62 anos, Julieta Amaral quebrou tabu ao ser a primeira repórter e apresentadora negra do telejornalismo gaúcho.
“Ela foi minha colega, minha chefe, minha mentora quando eu era estagiário”, contou Cosme, que também começou a carreira na RBS, afiliada da Globo no RS.
“Há uns 3 meses, eu não sabia da doença, e numa pauta no ‘Em Pauta’, sobre mulheres negras, eu pude agradecer o quanto ela foi importante na minha vida”, disse, com voz embargada pela comoção.
“A Julieta foi a mulher que me ensinou a segurar o microfone. Eu estreei na apresentação um dia que ela olhou pra mim e disse assim: ‘Hoje você vai apresentar o ‘Bom Dia Rio Grande’ porque você tem de aprender’.”
Marcelo ainda deu uma informação capaz de aumentar a tristeza de todos: Julieta morreu sem conhecer a primeira neta, que nascerá em apenas duas semanas.
Em seu perfil no Instagram, o âncora postou uma mensagem. “Eu passaria horas escrevendo o que aprendi com ela. A maior lição que me passou foi a de que o jornalismo serve para ajudar as pessoas! Julieta sempre fez o jornalismo comunitário, de rua, de porta, de escola, de hospital, de creche, de universidade (...). Ela sempre dizia ‘o povo ajuda o povo’. E ela ajudou a melhorar e transformar a vida de muita gente, reportando! Fez história, fez a diferença em milhares de pessoas”, diz trecho.
— Mari Evang (@evangelmari) October 26, 2024