As mesmas emissoras de TV portuguesas que exibiram homenagens ao apresentador Nuno Graciano foram aquelas que o esnobaram ao longo de muitos anos.
O artista morreu no último dia 7, aos 54 anos, após alguns dias hospitalizado em consequência de um infarto. Deixou quatro filhos.
Em 2022, ele se destacou ao voltar à mídia de seu país no ‘Big Brother Famosos’. A edição teve a presença da influenciadora brasileira Bruna Gomes.
Com 40 anos de carreira na TV, Nuno passou longos períodos longe do vídeo. Nenhum canal atendia a seus pedidos de trabalho.
Conhecido por ser “sem filtro”, ele acreditava ter sido punido por diretores poderosos que não suportaram seu estilo. “Fecharam-me todas as portas, sem oportunidades”, disse em programa da TVI em 2022.
Sem emprego, precisou se virar como autônomo. “As pessoas achavam que não era possível o Nuno Graciano da televisão andar a vender de porta em porta queijo, e eu andava com o meu carro, e aprendi muito com isso.”
Em uma de suas últimas entrevistas, o apresentador e ex-BBB disse se sentir vítima de “injustiça”. Apesar do sucesso nos negócios fora da TV, ele se comoveu ao afirmar que não se conformava em ficar longe dos estúdios.
A dura realidade experimentada por Nuno Graciano em Lisboa foi vivida por artistas brasileiros. A falta de papéis nas novelas fez Narjara Turetta vender água de coco na orla do Rio.
Em outro ponto da cidade, o ex-galã Mario Gomes teve de complementar a renda com um carrinho de hambúrguer. O ex-Malhação Maxwell Nascimento virou pasteleiro em uma feira livre na Baixada Santista. Ronnie Marruda se virou vendendo bolos e frango assado. São apenas alguns exemplos.
A vida da maioria dos atores sempre foi incerta e instável, com fases de trabalho e períodos sem nenhuma remuneração. Quem os vê no vídeo enxerga apenas a imagem do sucesso. Por trás do suposto glamour há sacrifícios e frustração.