No fim da tarde de segunda-feira (12), a apresentadora Ana Luiza Guimarães, titular do ‘RJ2’ e âncora eventual do ‘Bom Dia Brasil’ e do ‘Jornal Nacional’, fez uma postagem no Instagram recordando a época em que cobria os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.
‘Saudade dessa adrenalina!’, escreveu. A seleção de fotos a mostra ao lado de outros veteranos da cobertura do Carnaval no Sambódromo carioca, incluindo colegas demitidos pela Globo e técnicos que trabalham atrás das câmeras.
A nostalgia de Ana Luiza serviu de gatilho para o protesto de dezenas de seguidores inconformados com o formato da transmissão este ano: sem repórteres do jornalismo na passagem pelas agremiações de São Paulo e do Rio.
No lugar, o canal colocou a repórter de estúdio do ‘Masked Singer Brasil’, Kenya Sade, e o influenciador digital Victor diCastro. Novatos na função, os dois não conseguiram fugir das perguntas óbvias.
Focada apenas em entrevistas genéricas na arquibancada e com integrantes das escolas, a Globo falhou ao não mostrar o factual, a exemplo dos problemas com carros alegóricos da Porto da Pedra.
“O que houve com a Rede Globo??? Que transmissão foi essa das escolas de samba com influenciadores como repórteres. Um fracasso total!!”, postou uma seguidora da âncora. “Medo de ir no hospital e ser atendido por um influenciador digital. Pq querem enfiar eles em todo lugar agora”, debochou outro.
“Estava constrangida assistindo os desfiles. Parecia uma TV amadora fazendo a cobertura”, registrou uma telespectadora. “Jornalismo está fazendo muita falta na cobertura deste ano”, opinou uma admiradora de Ana Luiza Guimarães.
Alguns repórtes da Globo estavam no Anhembi e na Sapucaí a fim de produzir matérias para os telejornais, sem nenhuma participação na longa transmissão ao vivo dos desfiles. Sem dúvida, o resultado no ar foi insatisfatório na comparação com a riqueza de informações de anos anteriores. Não mostrar os bastidores, da concentração à dispersão, tira parte do brilho da cobertura.