“Não entregue a sua vida, por mais você que ame, por mais que confie, nas mãos de ninguém”, disse Naiara Azevedo no ‘Fantástico’. “Eu entreguei a minha vida nas mãos do meu ex-marido e eu estou pagando por isso hoje.”
A cantora enfrenta uma batalha judicial para reaver seu patrimônio. A gestão do dinheiro e dos bens era feita só por Rafael Cabral, com quem ela foi casada por 10 anos, em regime de comunhão parcial de bens (quando, em caso de separação, tudo o que o casal conquistou ao longo do matrimônio é dividido igualmente). A artista fez uma denúncia por Violência Patrimonial à Delegacia da Mulher de Goiânia.
“Até então já havia sofrido violência física, moral, psicológica, mas a patrimonial foi o gatilho, onde vi que eu estava sendo impedida de trabalhar”, contou. A sertaneja precisou cancelar um show no MT por não ter acesso à carreta e aos instrumentos de sua banda, controlados por Rafael.
Deste episódio surge uma lição à mulher vítima de qualquer tipo de violência da parte do companheiro: peça socorro e procure as autoridades competentes. “Participei de campanha contra violência à mulher e eu estava passando (por isso) dentro da minha casa. Não podia falar nada pra ninguém. Na verdade, eu podia, só não tinha coragem.”
O segundo ensinamento a partir de experiências narradas por famosas agredidas é: não subestime as pequenas violências.
Em um relacionamento, o agressor costuma cumprir uma escalada. Geralmente começa com um tom de voz mais alto e áspero que pode avançar para xingamentos e ameaças. A seguir, um contato físico brusco, como um apertão no braço.
Depois, tapas. Podendo chegar em surras. A mulher precisa reagir logo no início, ainda na fase verbal. Não fazer nada gera o encorajamento do companheiro a dar um passo a mais para o uso da força. O mal deve ser cortado pela raiz antes de resultar em hematomas, fraturas, traumas emocionais e o risco de morte.
A apresentadora Patrícia Ramos, do ‘Bate-Papo BBB’, teve noção disso tarde demais, segundo contou no ‘Encontro com Patrícia Poeta’. “Desde o namoro, eu já vivia um relacionamento extremamente abusivo. Eu já sabia que estava nessa situação, mas eu acreditava muito nessa mudança. Fui deixando o tempo passar e casei acreditando nessas promessas de mudanças”, disse, a respeito do relacionamento com Diogo Vitório.
Durante as brigas, o ex destruía objetos da casa e socava as paredes. “Eu ficava com muito medo. E ele ficava super ofendido e falava que era um jeito de descontar a raiva. Mas falava: ‘eu nunca vou fazer isso, eu nunca vou te agredir, eu nunca vou te bater’. E aí foi evoluindo. Começou com um grito, e aí depois um empurrão, depois um puxão de cabelo, depois um soco na cara.”
A terceira lição que precisa ser assimilada por todas as brasileiras: tenha total controle do seu dinheiro, saiba gerenciá-lo e garanta a sua independência. Ana Hickmann compreende isso agora.
A degradação do patrimônio da apresentadora chama a atenção em seu processo de separação de Alexandre Côrrea, com quem foi casada por 25 anos.
A discussão que resultou em machucados no corpo da apresentadora foi motivada pela descoberta de dívidas milionárias e do comprometimento de parte relevante do que conquistou em quase 3 décadas de trabalho na moda e na TV.
Em entrevista a Carolina Ferraz no ‘Domingo Espetacular’, a artista revelou o choque ao tomar conhecimento da situação. “Dias antes (da agressão) eu achei coisas dentro do escritório, referentes aos bancos, quando eu me deparei com tudo, me assustei, porque eu nunca devi nada para banco, fiquei com vergonha”, relatou.
“Comecei a achar mais coisas e foi aí que ele não gostou. Na quinta-feira que antecedeu essa situação toda, eu encontrei documentos, cheques, muitas coisas, quando olhei, não consegui identificar se eram lícitas ou ilícitas, tinha documentos com assinaturas que eu tenho certeza que não são minhas… Quando eu o questionei... foi quando ele começou a ficar agressivo comigo.”
Hickmann avisou que vai lutar por seus negócios e ‘limpar’ seu nome na praça. “Existe uma grande investigação de fraude, desvio e falsidade ideológica, é a única coisa que eu posso falar por enquanto, eu tenho que esperar para saber qual o tamanho disso tudo.”
O telejornalismo tem papel fundamental na luta da sociedade pela proteção das mulheres. Precisa constantemente exibir matérias de conscientização, divulgar o acesso ao suporte oferecido pelo Estado e estimular a denúncia de agressores (inclusive dos foragidos).
E, sempre, evitar o sensacionalismo em busca de audiência. Cada caso, seja com famosa ou anônima, deve ser tratado com o devido respeito à vítima e aos telespectadores.
Para ser socorrida e orientada, a mulher que sofre qualquer tipo de violência deve ligar para 190 (Polícia Militar) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher).
