As qualidades de formato, produção e edição do ‘MasterChef Brasil’ já são amplamente conhecidas e foram ressaltadas em várias críticas no blog.
O objetivo desta vez é destacar o fator entretenimento. O programa oferece um mix interessante: suspense, drama e humor. Até parece uma novela – como eram as boas tramas de antigamente.
Alguns participantes encaixam-se perfeitamente nos estereótipos de folhetins. Há a heroína ansiosa e sofredora (Ana Luiza Teixeira), o bom moço (Vitor Bourguignon), a matriarca problemática (Mirian Cobre), o aprendiz de vilão (Leonardo Santos), o galã com pinta de cafajeste (Victor Vieira), a melhor amiga (Deborah Werneck), a mocinha atrapalhada (Michele Crispin), a personagem deliciosamente engraçada (Yuko Tappabutt), entre outros tipos clássicos da teledramaturgia.
E o protagonismo se alterna, prova a prova, episódio a episódio, sempre surpreendendo o telespectador, sem deixar a atração cair na mesmice.
O ‘MasterChef Brasil’ não apenas prende a atenção como mexe com sentimentos dominadores, como a expectativa, a ansiedade e a torcida. Faz aquilo que poucas novelas conseguem atualmente: obrigam o público a tomar partido, se envolver, participar.
A produção da Band tira o telespectador da letargia e o faz se mexer na poltrona. Ninguém fica indiferente diante da TV.
Outro ingrediente imprescindível para o sucesso do programa da Endemol Shine Brasil é a ficcionalização dos três jurados. São pessoas reais, mas parecem personagens bem construídos para conduzir (e apimentar) o formato.
Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin oscilam entre a rigidez e a doçura, o cinismo e a graça, o autoritarismo e a generosidade. Nunca indiferentes, sempre autênticos.
E há, ainda, a cereja do bolo: Ana Paula Padrão. Suave na maior parte do tempo; contundente quando desafiada. Discreta em seu tablado, a apresentadora vibra e sofre, quase como um termômetro dos telespectadores.
E assim o ‘MasterChef’ se apresenta como um novelão semanal. Impossível não dar uma espiadinha nas emoções do próximo capítulo.