Atriz do 'Porta dos Fundos' fala sobre 3 séries na TV a cabo

Júlia Rabello, atriz que está no elenco de 'Os Homens São de Marte e É Pra Lá que Eu Vou', do GNT, 'Vai Que Cola', do Multishow, e 'Porta dos Fundos', da Fox

31 out 2014 - 13h34
(atualizado às 13h35)
A atriz Júlia Rabello
A atriz Júlia Rabello
Foto: Isabel Almeida/Carta Z Notícias / TV Press

Júlia Rabello é o tipo de mulher que sabe exatamente o que quer. O jeito engraçado e quase despretensioso pode não revelar, em um primeiro momento, que seus movimentos são todos pensados. Dona de uma voz grave e expressivos olhos azuis, a atriz até parece que faz parte da "turma do fundão", mas, na verdade, se revela bastante "nerd". Só assim para dar conta de estar, ao mesmo tempo, em três canais a cabo diferentes. No Porta dos Fundos, exibido pela Fox, nas esquetes que a tornaram conhecida do grande público, como a Jaqueline, do Vai Que Cola, do Multishow, e na pele da fracassada atriz Natalie, da série Os Homens São de Marte e É Pra Lá que Eu Vou, do GNT, Júlia consegue uma façanha digna de grandes nomes da dramaturgia: não se tornar repetitiva. "É uma loucura. Acho que ninguém se deu conta disso. Eu mesmo só percebi anteontem", brinca, dizendo que o processo de liberação de imagem nos três canais foi tranquila. "Encontrei parceiros maravilhosos e compreensivos", comemora.  

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Natural do Rio de Janeiro, Júlia começou a carreira no teatro. Com uma família voltada para as artes, ela não sabe definir quando decidiu que queria ser atriz. "Era uma criança noveleira. Não consigo dizer quanto disso influenciou minha vida. E meu pai sempre me contou histórias antes de dormir. Lembro da sensação de ser transportada para outro mundo ao ouvi-las. E é exatamente o que sinto quando estou trabalhando", conta. Formada pela CAL - Casa de Artes de Laranjeiras, importante celeiro de atores no Rio de Janeiro, e em Artes Cênicas pela Universidade da Cidade, ela chegou a cursar Comunicação Social na Faculdade Hélio Alonso. "Era um plano B, para ter um profissão de gente", brinca, dizendo que não concluiu o curso. 

Apesar de já fazer teatro há muito tempo, foi no "Porta dos Fundos" que você se tornou bastante reconhecida. Como foi a sua entrada?

Júlia Rabello -

Já conhecia a galera toda, éramos amigos. Mas acredito que eles não conheciam meu trabalho como atriz. Então, foram me assistir em

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Não Olhe Para Baixo

, uma peça em cartaz no Rio de Janeiro. E aí eles, o Ian SBF e o Antônio Tabet já estavam com essa ideia de fazer uns vídeos de humor para a internet. Mas em nenhum momento eu previ essa repercussão toda ou imaginei que fosse me abrir tantas portas.  

O tipo de humor do Porta dos Fundos pode ter uma pegada meio "pé na porta". Existe algum tipo de piada que você não faria?

Júlia Rabello -

A diversão é uma coisa muito importante para mim, em termos de trabalho. E meu parâmetro é me divertir em cena, seja em qualquer meio. Não tenho tabus em se tratando de comédia. Mas não sou muito adepta do humor agressivo. Na hora de ler o texto, vejo se é bacana para mim ou não.

No Sobre a Mesa

, que é um dos meus vídeos de maior repercussão, achei que ia acabar com o canal dos meninos (risos). Mas fez o maior sucesso. É óbvio que a gente está à mercê das críticas, podemos agradar ou não. Mas o que eu gosto no "Porta" é que passeamos por diversos tipos de humor. 

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Você fez uma participação na primeira temporada de Vai Que Cola. Como foi voltar em dez episódios no segundo ano?

Júlia Rabello -

É um trabalho de esquizofrênico (risos), mas muito recompensante por ter um elenco maravilhoso. Tem de ser um ator muito esperto para dar conta do que o trabalho pede. O palco roda, você acabou de receber o texto, tem pessoas na plateia, tem as câmaras, você tem de se divertir e ainda divertir quem está ali e quem está em casa. E todas as funções são meio que independentes e diferentes umas das outras. É muito louco, mas eu consegui sobreviver. É como um jogo de futebol aquilo ali. No final das contas, acho que fiz gols e errei passes. 

Você parece ser muito crítica...

Júlia Rabello - Muito! O que está em jogo ali é meu nariz, minhas olheiras, meu peso. Odeio me assistir. Hoje, à base de muita terapia, eu até me vejo no ar (risos). Gosto do que fiz no Vai Que Cola e bastante em Os Homens São de Marte e É Pra Lá que Eu Vou, mas ainda é bastante difícil de me ver. Já no "Porta", eu nunca tive problema. Vejo na boa e acho a maior graça.

Estar no ar simultaneamente em três produções de canais fechados com certeza chama a atenção das emissoras abertas. Você acredita que é um caminho natural se encaminhar para as novelas? 

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Júlia Rabello -

Acredito que sim. Acho que esse momento vai chegar. Já fui sondada para algumas produções, já fui formalmente convidada para outras. Tenho muito tempo de carreira, mas muito menos tempo de exibição para o grande público. E, nesse tempo curto, já alcancei muita coisa bacana. Venho recebendo muitos convites e tenho tido a oportunidade de escolher, de ver o que está no meu perfil, os personagens com quem tenho mais afinidade. Ao mesmo tempo que sei que novela é um trabalho muito interessante para a carreira, que alcança muito mais gente. Tenho muita vontade, sim, e acho que o ritmo natural das coisas é que aconteça. Só não rolou ainda porque as datas ainda não bateram e eu estive comprometida em muitas coisas esse ano. 

Fonte: TV Press
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