Atriz Elizângela morre longe da Globo por ter preferido o bolsonarismo 

Artista adepta do movimento antivacina perdeu papel por não se imunizar e defendeu os protestos contra a eleição de Lula

3 nov 2023 - 19h18
(atualizado às 21h38)
Em 2017, Elizângela emocionou o público de 'A Força do Querer' com o drama da mãe zelosa Aurora
Em 2017, Elizângela emocionou o público de 'A Força do Querer' com o drama da mãe zelosa Aurora
Foto: Divulgação/TV Globo

A morte da atriz e cantora Elizângela, aos 68 anos, gera profunda tristeza no meio artístico. Ela tinha seis décadas de carreira. Estava afastada dos estúdios desde 2019, quando interpretou Carmelinda em ‘A Dona do Pedaço’, de Walcyr Carrasco.

Da mesma autora, havia feito anteriormente ‘A Força do Querer’. Sua atuação como Aurora, a mãe sofredora de Bibi Perigosa (Juliana Paes), rendeu elogios pela intensidade dramática. 

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No ano passado, a atriz foi chamada para um papel em ‘Travessia’, também de Gloria Perez. Perdeu a oportunidade por não ter tomado nenhuma dose da vacina contra a covid-19. Na época, a Globo exigia o certificado de vacinação de todos os profissionais da teledramaturgia. 

Elizângela preferiu se manter fiel ao discurso negacionista do então presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, ela dizia abertamente duvidar da eficácia dos imunizantes. 

Foi internada algumas vezes com problemas respiratórios e sequelas da covid. No início de 2022, chegou a ficar em estado grave na UTI, onde acabou entubada. A doença deixou sua saúde fragilizada. 

Elizângela manteve a postura radical após a vitória de Lula nas eleições. Em alguns posts, a artista se manifestou contra o petista e apoiou os protestos de rua de quem não aceitou o resultado das urnas. 

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Nascida no Rio de Janeiro em família de classe média, ela começou na televisão aos 7 anos, fazendo comerciais na extinta TV Excelsior. No canal, também apresentou show de calouros mirins e telejornal para crianças. 

Em 1966, aos 12, estreou na recém-inaugurada TV Globo como assistente na primeira atração infantil da emissora, ‘Capitão Furacão’. Pouco depois, fez a novela ‘O Cafona’. 

Versátil como mocinha e vilã, participou de produções de sucesso, como ‘O Bofe’, ‘Cavalo de Aço’, ‘Pecado Capital’, ‘Roque Santeiro’, ’Pedra Sobre Pedra’, ‘Por Amor’, ‘O Clone’ e ‘Império’. 

Uma personagem bastante lembrada é a Djenane de ‘A Senhora do Destino’, de 2004. As cenas cômicas da trambiqueira com sua amiga e rival, a malvada Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), divertiram o telespectador. 

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