Irritado com uma pergunta sobre inflação feita pelo repórter Peter Doocy, do canal conservador Fox News, o presidente americano Joe Biden cometeu a maior gafe em seu primeiro ano no poder.
Sem perceber que o microfone do Salão Leste da Casa Branca estava ligado, ele xingou o jornalista. “Filho da puta estúpido”, disparou. O áudio comprometedor vazou e, poucos minutos depois, programas de TV noticiaram o vexame.
Ao vivo, Peter Doocy brincou com a situação ao interagir com o âncora Jesse Watters. “Ninguém ainda checou o que ele disse para dizer que não é verdade.” Mais tarde, o presidente ligou para o repórter e se desculpou.
Doocy é um velho conhecido – e desafeto – de Joe Biden. Ele cobre o dia a dia da Casa Branca. Se indispôs anteriormente com o homem mais poderoso do planeta.
Em 26 de agosto do ano passado, em uma coletiva de imprensa no mesmo local, Peter questionou algumas vezes o presidente a respeito da responsabilidade pelas consequências trágicas da saída das tropas americanas do Afeganistão.
Sem conseguir interromper o repórter, Biden baixou a cabeça e se apoiou em uma pasta sobre o púlpito. A imagem correu o mundo e ganhou diferentes interpretações. Muita gente achou que ele estava se sentindo derrotado ou rezando.
Há poucos dias, também se excedeu ao classificar de “idiota” a pergunta de outra repórter da Fox News, Jacqui Heinrich, e insinuou que o jornalista Philip Wegmann, do portal RealClearPolitics, tinha dificuldade de compreender o que lia.
Outra situação constrangedora para o presidente dos EUA aconteceu em junho. Precisou pedir desculpas à repórter Kaitlan Collins, da CNN, após dar uma resposta ríspida e colocar em dúvida a competência da jornalista.
Esses embates com a imprensa fazem o democrata Joe Biden – que tinha imagem irretocável quando era vice de Barack Obama – ser comparado ao antecessor no Salão Oval, o republicando Donald Trump, famoso pelas discussões com jornalistas que o desagradavam.
No Brasil, Jair Bolsonaro não fica atrás dos colegas gringos. Já xingou vários profissionais de imprensa, especialmente da Globo e GloboNews. Seu alvo preferido é William Bonner, do ‘Jornal Nacional’, a quem já chamou de “sem-vergonha”, “canalha” e “cara de pastel”.