A morte de um jovem sempre choca. Mais ainda quando se trata de alguém famoso, rico e aparentemente feliz. Parece um erro do universo, uma falha no círculo da vida. Quem acompanhou a divertida série Glee entre 2009 e 2015 acaba de sofrer o terceiro abalo emocional com a morte trágica de mais um ator do elenco.
Naya Rivera, alçada à fama mundial pelo papel de Santana, a estudante líder de torcida que se assume lésbica e tenta se realizar como artista, teve o corpo encontrado na segunda-feira (13). A atriz de 33 anos havia desaparecido cinco dias antes nas águas do lago Piru, ao norte de Los Angeles, após alugar um pequeno barco para passear com o único filho, Josey, de 4 anos. Policiais encontraram o menino sozinho na embarcação.
É o terceiro ator de Glee a morrer jovem e abruptamente. O primeiro foi Cory Monteith, mundialmente famoso pelo papel de Finn Hudson, encontrado sem vida em 13 de julho de 2013, na suíte de um hotel luxuoso em Vancouver, no Canadá. A necropsia apontou como causa da morte a mistura letal de heroína, álcool e analgésicos. O galã tinha 31 anos e era dependente de drogas. Não ficou determinado se foi suicídio ou overdose acidental.
Em 30 de janeiro de 2018, a polícia de Los Angeles localizou o corpo de Mark Salling, popularizado por viver Noah Puckerman em Glee. Foi o capítulo final dos dois piores anos da vida do ator. Sua carreira declinou a partir da prisão por posse de pornografia infantil. Ele se declarou culpado e aguardava a sentença. Poderia ter pego até 7 anos de cadeia. Antes do anúncio no tribunal, Mark se enforcou em um terreno nas proximidades de sua casa, em Sunland. Tinha 35 anos e enfrentava depressão profunda. Os legistas detectaram alta dose de álcool em seu sangue.
Esses finais trágicos de talentos promissores fizeram veículos de imprensa cogitarem hipotética maldição de Glee. Os artistas da série da Fox teriam sido vítimas de uma conjunção sobrenatural. O jornalista americano James Hibberd, editor da respeitada revista Entertainment Weekly, escreveu a respeito dessa tentativa de achar uma explicação mística.
"É perfeitamente natural, particularmente para nós da mídia, procurar um significado mais amplo na tragédia", argumenta o especialista em Hollywood. "Os seres humanos buscam padrões e narrativas quando confrontados com a terrível aleatoriedade do destino e o desgosto da perda." Mais coerente, impossível.