Nas primeiras dez semanas no ar, A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco, registrou 33 pontos de média no Ibope. No mesmo período, a antecessora O Sétimo Guardião, de Aguinaldo Silva, marcou 27.
Esses seis pontos a mais do folhetim atual representam 22% de crescimento na principal faixa do horário nobre e o retorno à Globo de aproximadamente 1,2 milhão de telespectadores na Grande São Paulo, principal área de aferição de audiência no País.
Em 60 capítulos, A Dona do Pedaço chegou três vezes ao recorde de 37 pontos. A melhor marca de Sétimo Guardião foi 35 pontos — alcançada uma única vez, no penúltimo capítulo.
Esses números provam a aceitação da novela estrelada por Juliana Paes no papel da pacóvia Maria da Paz, a self-made woman que, apesar do talento para os negócios, revela-se uma boboca ao lidar com relacionamentos. Permite que a filha vilã e o marido golpista façam dela a vítima perfeita.
Ainda que sirva como entretenimento, A Dona do Pedaço peca pela dramaturgia fraca e a falta de tipos carismáticos.
O bom resultado no Ibope não é visto no termômetro digital: pouco se comenta a respeito dos personagens e das tramas nas redes sociais. Falta aquele engajamento ‘memístico’ capaz de transformar uma novela em um fenômeno de popularidade.
Para a cúpula da Globo está tudo bem, obrigado. Mais uma vez, Walcyr Carrasco atua como salvador da pátria ao reverter uma crise de audiência.
A Dona do Pedaço terminará em janeiro de 2020. O profícuo autor tem tempo suficiente para se aproximar de seu melhor desempenho na emissora, O Outro Lado do Paraíso (outubro de 2017 a maio de 2018), com a excelente média de 38 pontos.