A bissexualidade e a bifobia (o preconceito contra os bissexuais) geraram incontáveis manchetes nos últimos dias por conta de Lucas Penteado. Em uma festa no ‘BBB21’, o ator beijou o gay assumido Gilberto Nogueira e, em seguida, se declarou bi. O temor pelo inevitável julgamento dentro e fora da casa fez o brother abandonar o reality show.
Assumir-se gay ou bissexual exige dose generosa de coragem. A revelação pública obriga o enfrentamento da família, dos amigos, da sociedade e, a depender da profissão, possível implicação na carreira. Por isso tantos atores, apresentadores, cantores, âncoras de telejornais, jogadores de futebol, entre outras figuras públicas, preferem camuflar a própria bissexualidade.
A intolerância já foi bem pior. Alguns famosos precursores deram a cara a tapa para abrir caminho e exigir tolerância. A cantora e compositora Ana Carolina deu contribuição valiosa à causa da diversidade sexual no Brasil. Em dezembro de 2005, ela foi capa de ‘Veja’. A chamada provocou burburinho no País: “Sou bi. E daí?”
“Sou bissexual. Acho natural gostar de homens e mulheres”, declarou à revista. “Posso até estar saindo com uma mulher, mas, se eu me apaixonar por um homem e decidir casar com ele na igreja, de véu e grinalda, ninguém vai impedir”, avisou. Esse outing (saída do armário) encorajou outros artistas a se assumirem bi também.
As novas gerações têm várias celebridades que se relacionam com ambos os sexos. Anitta, Ludmilla, Reynaldo Gianecchini e Camila Pitanga estão entre eles. A seu modo, sem militância explícita, defendem a liberdade do desejo, ajudam a combater a bifobia e servem de referência a jovens com a mesma orientação sexual.