Marília Mendonça aos 26 anos. Cristiano Araújo com 29. Gabriel Diniz aos 28. E a lista, infelizmente extensa, tem ainda os Mamonas Assassinas e tantos outros. Todos mortos no auge da juventude, da fama, do reconhecimento do talento.
Eram mais do que artistas bem-sucedidos. Davam voz às gerações de seu tempo. Cantaram as dores e delícias da vida. Despertavam risos e lágrimas, paixões e reflexões. Eram ícones.
A interrupção abrupta da existência provoca negação, indignação e tristeza. Por quê? Como entender e aceitar? A morte de um ídolo suscita um mergulho em nós mesmos, sejamos fãs ou não. Instintivamente, pensamos a respeito de nossa própria vida e da inevitável morte que nos espera algum dia, em algum lugar.
Marília Mendonça teve uma trajetória intensa e gloriosa. Viveu em seus 9.603 dias na Terra o que a maioria das pessoas jamais terá. Realizou sonhos, amou e foi amada, atingiu o ápice na carreira, experimentou a dádiva da maternidade, sentiu o afeto de amigos e admiradores.
Resta-nos homenageá-la. A rainha da sofrência vocalizou os sentimentos e desejos de milhões de brasileiros. Fez companhia em dias de solidão e noites de amor. Ela deixa valioso legado na música e sua mais importante obra, um filho.