A terceira entrevista da série do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência da República foi com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. A sabatina durou 28 minutos em edição do JN que começou mais cedo por conta da transmissão do futebol às quartas-feiras.
Como se previa, o tucano polemizou menos do que Ciro Gomes, entrevistado na segunda-feira, e Jair Bolsonaro, recebido na bancada do telejornal na terça. Alckmin manteve a voz baixa e o tom didático, mesmo quando William Bonner e Renata Vasconcellos foram mais enfáticos ao contestar suas respostas.
O presidenciável foi questionado a respeito do poder da maior facção criminosa do País, nascida em São Paulo, a denúncia de desvio de dinheiro em obras do Rodoanel, a aliança com partido e políticos envolvidos na Operação Lava Jato e a suspeita de que seu cunhado teria recebido dinheiro de caixa 2 em seu nome, entre outros temas explosivos.
Geraldo Alckmin representa um desafio a qualquer jornalista: tem boa oratória e habilidade para se desvencilhar das perguntas contundentes. Raramente demonstra desconforto, parece nunca perder o controle da situação. Mas o estilo solene produz efeito colateral: a monotonia do discurso.
Após sair da redação-estúdio do Jornal Nacional, o candidato foi levado até as instalações da GloboNews, no mesmo complexo de prédios do jornalismo da Globo no Jardim Botânico, bairro da zona sul carioca.
O âncora do Jornal das 10, Heraldo Pereira, conduziu a sabatina de Alckmin por 30 minutos na Central das Eleições. Participaram os comentaristas Merval Pereira, Cristiana Lôbo e Gerson Camarotti.
Mais uma vez, o tucano driblou os assuntos mais espinhosos. Ao ser perguntado sobre quais ministérios e estatais eliminaria em seu evento governo, Alckmin não titubeou na resposta: “A TV do Lula. É função do governo ter televisão? Gastar uma fortuna. Não tem nem audiência”.
Fundada em dezembro de 2007 pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, a TV Brasil é uma rede de televisão pública pertencente à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Com orçamento anual em torno de 500 milhões de reais, a emissora gera audiência média de 0.3 ponto. Este índice representa apenas 60 mil telespectadores na Grande São Paulo, principal área de aferição da empresa Kantar/Ibope.
Apesar de exibir programas jornalísticos e de entretenimento com boa qualidade, a TV Brasil não consegue atrair grande público nem repercussão midiática.
Os adversários de Lula e do PT afirmam que o canal foi criado exclusivamente para ser plataforma de propaganda política.
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