Apresentador do ‘Prime Time’, programa no horário nobre da CNN americana, Chris Cuomo está sob ataque de parte do público e de muitos colegas de imprensa. O jornalista anunciou que não vai cobrir as acusações de assédio sexual contra seu irmão, o governador de Nova York Andrew Cuomo.
O comunicado feito ao vivo na TV gerou acusação de “hipocrisia” e “parcialidade jornalística”. Manifestações nas redes sociais pediram que ele se afaste da atração. A apresentadora Meghan McCain, do talk show ‘The View’, da ABC, disse que Chris está ajudando a destruir a fé do povo na mídia.
Além da revolta com a omissão, Chris passou a ser acusado de beneficiar o irmão por tê-lo entrevistado algumas vezes nos últimos meses com elogios à sua gestão no combate à pandemia de covid-19. Uma visibilidade valiosa no horário nobre que gera bom capital político.
O âncora foi um crítico contumaz do presidente Donald Trump, rival de seu irmão democrata. Fez cobertura ostensiva das alegações de ataques sexuais contra o republicano. Agora, ao ignorar a crise em torno do parente, ele perde credibilidade e faz a CNN ser vista com desconfiança.
Chris Cuomo gerou manchete outras duas vezes ao longo da pandemia. A primeira em março de 2020, ao receber diagnóstico de covid-19. Ele se isolou no porão de casa, de onde apresentou algumas edições de seu programa enquanto lutava contra os sintomas da doença. Perdeu 13 kg em poucos dias.
Semanas depois, já recuperado, gerou destaque cômico. Apareceu nu, de costas, em uma transmissão ao vivo feita no Instagram por sua mulher, a professora de yoga Cristina Greeven. A boa forma física do apresentador rendeu elogios e memes.