Por volta de 12h40 desta terça-feira (5), ao final de um comentário no Edição das 10 da GloboNews, José Roberto Burnier se mostrou contrariado com o "Cala a boca" dito três vezes por Jair Bolsonaro na manhã de hoje, em Brasília, na tentativa de silenciar repórteres que o questionavam sobre a mudança no comando na Polícia Federal no Rio.
"Presidente, não vamos calar a boca", disse o âncora. "Eu me solidarizo com os colegas jornalistas de Brasília que estão sendo diariamente achincalhados pelo presidente da República e seus seguidores. Eles estão apenas cumprindo o seu trabalho. Estamos todos fazendo isso. Não vamos calar a boca."
Burnier, 59 anos, é âncora titular do GloboNews em Ponto, telejornal que abre a programação ao vivo das manhãs do canal de notícias. Tem feito entradas ao vivo de sua casa, em São Paulo. Está afastado do estúdio por integrar o grupo de maior risco de complicações da covid-19. Ele teve um câncer na base da língua que o deixou fora da TV por cinco meses. O retorno ao vídeo aconteceu em janeiro deste ano.
O jornalista trabalha no Grupo Globo desde 1986. Antes, destacou-se como repórter na EPTV, afiliada da Globo em Campinas, cidade paulista onde nasceu. Participou de coberturas históricas do telejornalismo, como a Constituinte, a morte de 111 presos no Carandiru e o assassinato do casal Richthofen. Foi apresentador do Bom Dia São Paulo e correspondente em Buenos Aires. Em julho de 2019 deixou de ser repórter especial do Jornal Nacional para assumir o novo desafio na GloboNews