Sandra Annenberg vive um ano profissional estranho. Em agosto, foi tirada do Jornal Hoje após 16 anos ininterruptos na bancada.
Agora, ela assiste ao fim do Como Será?, uma das atrações com melhor conteúdo da Globo, onde a jornalista parecia em casa tamanho o entusiasmo na condução das pautas.
Além disso, Sandra pediu para sair – para surpresa geral dos chefes e colegas, do público e da imprensa – do rodízio de apresentadores escalados para cobrir folgas e férias dos titulares do Jornal Nacional.
Às vésperas de completar 30 anos na Globo, Annenberg se encontra subaproveitada. Sua única função no canal passa a ser no Globo Repórter, onde apenas lê poucas frases no teleprompter para introduzir os VTs, ao lado de Gloria Maria. Um desperdício de talento.
A saída do JH suscitou teorias nas redações. Uma delas é que Sandra paga o injusto preço de ter envelhecido, ainda que não aparente os atuais 51 anos.
Raramente há mulheres nessa faixa etária nas bancadas. Uma exceção é Renata Lo Prete, 55, do Jornal da Globo. Homens com 50, 60, 70 e quase 80 são a maioria na apresentação dos noticiários da TV brasileira.
Ex-atriz de novelas, Sandra Annenberg deu relevante contribuição ao processo de informalização dos telejornais. Ela sempre se comunicou muito bem com o público. Criou um vínculo afetivo com a audiência.
Em algumas ocasiões foi criticada por demonstrar emoção considerada excessiva. Houve momentos de humor involuntário, gafes e incontáveis memes. Virou uma celebridade.
Merece ter atuação mais ampla na programação. Talvez seja o caso de seguir os passos de Fátima Bernardes e trocar o jornalismo pelo entretenimento.