O jornalismo pode representar alto risco à vida. Principalmente aos profissionais expostos em operações policiais. Na sexta-feira (28), o piloto Darlan da Silva Santana, de 31 anos, da Record TV, levou um tiro na perna direita ao sobrevoar de helicóptero a comunidade da Mangueira, no Rio, para captar imagens de confronto entre policiais e criminosos.
Ele conseguiu pousar, foi levado a uma unidade de saúde e passa bem. O repórter-cinematográfico a bordo não foi ferido. Várias entidades de jornalismo se manifestaram contra o atentado à aeronave da emissora. “É inaceitável que a imprensa seja submetida a este nível de violência”, diz trecho de uma nota conjunta.
Esse episódio suscita lembrança de um acidente grave com um helicóptero da Record TV. Em 10 de fevereiro de 2010, uma aeronave do canal despencou de 50 metros de altura na pista de corrida do Jockey Club, em São Paulo. O piloto Rafael Delgado Sobrinho, 45 anos, morreu na hora em consequência do impacto. O repórter-cinematográfico Alexandre da Silva Moura ficou gravemente ferido e demorou meses para se recuperar.
A queda do ‘Águia Dourada’ foi registrada pelo Globocop. Os pilotos das duas aeronaves, que acompanhavam um assalto em andamento, conversaram pouco antes da tragédia. “O helicóptero da TV Globo pousou no local do acidente e a equipe ajudou no resgate”, informou Celso Freitas na matéria de abertura do ‘Jornal da Record’ daquela noite. A investigação mostrou que uma falha de manutenção no rotor de cauda da aeronave provocou a tragédia.
A Globo também viveu momentos dramáticos com seu Globocop. Em janeiro de 2011, o helicóptero da emissora foi atingido por tiros ao acompanhar uma operação policial no Morro da Mineira, no Rio. O piloto fez um pouso forçado. Sete anos depois, o Globocop em Recife caiu na Praia do Pina. Os três ocupantes morreram. Em janeiro deste ano, outra aeronave do canal na capital pernambucana exigiu pouso de emergência após uma pane. A operação bem-sucedida do piloto foi exibida nos telejornais.