Aos 50, Renée Zellweger retorna triunfal após ser desprezada

Atriz rompe anos de ostracismo em Hollywood com vitória no Globo de Ouro

6 jan 2020 - 10h26
Atriz Renée Zellweger na estreia do filme "Judy" em Beverly Hills, Califórnia (EUA) 
19/09/2019
REUTERS/Mario Anzuoni
Atriz Renée Zellweger na estreia do filme "Judy" em Beverly Hills, Califórnia (EUA) 19/09/2019 REUTERS/Mario Anzuoni
Foto: Reuters

Ao receber o Golden Globe de Melhor Atriz em Filme de Drama por Judy, na noite de domingo (5), Renée Zellweger usava longo tomara-que-caia e corte de cabelo semelhantes ao seu visual no Oscar de 2004, quando ganhou a estatueta de Melhor Coadjuvante por Cold Mountain. Mas nesses 16 anos entre um prêmio e outro nada permaneceu igual na carreira da artista.

Ela passou longos períodos afastada dos estúdios e longe dos tapetes vermelhos. Chegou a ficar cinco anos consecutivos sem filmar. Renée era vista como temperamental por vários produtores poderosos. A atriz aproveitou a ausência de trabalho para mergulhar em um autoexílio a fim de tratar uma depressão não revelada em público. Tomou medicação e frequentou sessões de terapia.

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Em 2014, ressurgiu na festa de lançamento de um filme. Chocou a todos com sua aparência pouco natural. Era nítido que havia se submetido a uma ou mais intervenções estéticas no rosto. A enxurrada de críticas a fez sumir novamente.

No ano passado, a atriz iniciou a sua volta por cima. A divulgação do trailer da cinebiografia Judy, a respeito da lendária Judy Garland, a Dorothy do clássico O Mágico de Oz, surpreendeu a crítica com uma atuação espetacular.

A texana loira, filha de um suíço e de uma norueguesa, conseguiu ficar parecida com a morena Judy graças a uma caracterização inspirada e à reprodução dos trejeitos da homenageada. Renée demonstrou sentir na pele a intensa dor emocional que consumiu uma das maiores estrelas da história do cinema.

As duas atrizes sempre foram alvo de duras críticas. Judy, por não ser suficientemente bonita e sexy; Renée, por não ter o carisma e o glamour que se espera de uma diva moderna do cinema. Ambas sofreram por conta de baixa autoestima, solidão e desprezo. Garland sucumbiu aos 47 anos, em consequência de overdose acidental de remédios. Renée Zellweger ganha agora, às vésperas de completar 51 anos, a rara segunda chance em Hollywood.

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Ao desbancar as queridinhas da mídia Scarlett Johansson e Charlize Theron na categoria Melhor Atriz de Drama no Globo de Ouro, a encabulada Renée materializa um verso de Somewhere Over The Rainbow, imortalizada na voz de Judy Garland: “Em algum lugar além do arco-íris / Pássaros azuis voam / Pássaros voam por cima do arco-íris / Então por que, por que eu também não posso?”

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