Atacada e ameaçada, a TV ainda faz a cabeça do brasileiro

Veículo oferece 32 gêneros diferentes de programas e atinge 97% dos lares no País

30 dez 2019 - 12h40
(atualizado às 12h51)

Falar mal da TV virou um hábito. Mais do que isso: há quem se sinta na obrigação de desprezar a programação produzida no Brasil, especialmente aquela oferecida pelas cinco maiores redes: Globo, RecordTV, SBT, Band e RedeTV. Afinal, quem elogia ou defende a televisão pode ser visto como alienado ou cooptado, fútil ou inculto.

Ancorado por Renata Vasconcellos e William Bonner, o Jornal Nacional oscila entre o primeiro e o segundo programas mais vistos da televisão brasileira
Ancorado por Renata Vasconcellos e William Bonner, o Jornal Nacional oscila entre o primeiro e o segundo programas mais vistos da televisão brasileira
Foto: Facebook / Reprodução

Ainda que tão desprezado em conversas cotidianas e nos comentários nas redes sociais, o veículo ainda faz a cabeça de milhões de brasileiros. Cerca de 97% dos domicílios no País têm pelo menos um aparelho de TV em casa, de acordo com levantamento do Target Group Index da empresa Kantar Ibope, que afere a audiência dos canais.

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Prova incontestável da relevância da TV aparece em outro dado: de tudo o que se fala sobre TV no Facebook, Instagram, Twitter e outras mídias sociais, 92,5% são sobre a TV aberta, com destaque para as exibições ao vivo e os reality shows.

O público adora opinar sobre o que vê e interagir com outros internautas-telespectadores – e também conferir suas intervenções transmitidas na tela das emissoras.

Na visão de Adriana Favaro, diretora comercial de Veículos da Kantar Ibope Media, a TV deve ampliar as oportunidades de o público participar da programação.

“A TV vem buscando cada vez mais experiências significativas com sua audiência, e o limite entre ficção e vida real se misturam”, afirma a executiva. “Além dos produtores de conteúdo, outros players da indústria tem apostado em alimentar conversas do público em relação à TV.”

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Ainda que não se perceba uma revolução no conteúdo (pelo contrário: reclama-se da falta de inovação e ousadia), a programação se expandiu nos últimos anos. Em 2001 eram 14 gêneros de atrações. Entre os principais, a novela, o jornalismo, o infantil e o esporte. Hoje, de acordo com o Target Group Index, são 32. Alguns deles: game show, culinário, moda e beleza, séries, televendas, musical.

Nas últimas duas décadas, a TV aberta foi atacada pela expansão dos canais pagos, serviços de streaming (Netflix, Amazon Prime etc.) e a fuga de telespectadores mais interessados nas possibilidades ilimitadas da internet do que na programação com hora marcada da telinha.

Ainda que tenha deixado de reinar sozinha nas casas dos brasileiros, a TV mantém sua influência no dia a dia da maioria das famílias. Por meio dela, as pessoas se informam e são entretidas. Muita gente não larga o celular, mas também não deixa de acompanhar o que passa na televisão.

 

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