Desde junho de 2020, o militante Agripino Magalhães, de São Paulo, trava uma guerra contra Neymar Jr. Ele denunciou o atleta ao Ministério Público após áudio vazado de conversa ao celular do jogador com amigos. A gravação contém ameaças e citações homofóbicas contra Tiago Ramos, namorado na ocasião da mãe do craque, Nadine.
No domingo (16), antes da partida entre o Paris Saint-Germain e o Reims no Parc des Princes, em Paris, Neymar fez um post nos Stories do Instagram. A foto mostrava a camisa de seu uniforme com o número 10 nas cores do arco-íris, em referência à bandeira LGBT+.
Foi uma homenagem do time francês ao Dia Internacional contra a LGBTfobia, comemorado em 17 de maio. “Respeito é bom e todo mundo gosta”, legendou o atacante. Ele incluiu a hashtag #nãoahomofobia. A postagem gerou comentários positivos e também críticas de quem não acreditou na boa intenção.
“Foi hipocrisia”, afirma Agripino Magalhães. “Neymar quer apenas limpar a própria barra. Sabe que estamos empenhados em fazer justiça em relação às declarações homofóbicas, LGBTfóbicas dele. Falas que matam pessoas todos os dias”, diz.
O ativista gay, que também é suplente de deputado estadual em SP, atua para que o jogador seja responsabilizado por incitação ao crime de ódio e formação de quadrilha em função das declarações polêmicas contra o então padrasto, amplamente repercutidas pela imprensa e nas redes sociais.
“Agora ele sabe da força da comunidade LGBT+ e não quer ser criminalizado”, opina Agripino. “Eu, como representante de gays, lésbicas, transexuais e outras minorias discriminadas, não vou deixar barato”, avisa. Apoiado pelo advogado Angelo Carbone, o militante já denunciou outros famosos por falas também consideradas preconceituosas e ofensivas. Entre eles, o apresentador Sikêra Jr., da RedeTV.