No Brasil, Maria Vieira construiu a imagem de atriz sorridente e comediante debochada por conta de seus trabalhos na Globo. Em Portugal, onde nasceu e vive, a atriz passou a ser vista como reacionária e traidora da classe artística.
Tornou-se representante do candidato a presidente André Ventura junto às comunidades portuguesas no exterior. O político comanda o Chega!, partido populista e nacionalista, com pautas típicas da extrema-direita. Assumidamente conservador, ele já foi comparado a Trump e Bolsonaro.
Desbocada como suas personagens nas novelas ‘Negócio da China’ (2009) e ‘Aquele Beijo’ (2011) e na série ‘Brasil a Bordo’ (2017), Maria Vieira tem gerado manchetes desfavoráveis ao atacar políticos de centro e da esquerda e também famosos contrários a seu candidato.
Na quarta-feira (20), ela foi às redes sociais para fazer comentários machistas contra a 'angel' da Victoria’s Secret Sara Sampaio, em reação a um post da top model portuguesa detonando um comício do Chega! perto de sua casa. “Esta sirigaita é paga para despir e vestir roupa e para posar seminua”, escreveu a atriz.
A postura política defendida por Maria Vieira, de 63 anos, é oposta à de seu amigo Miguel Falabella, responsável por lançá-la na TV brasileira e escrever seus papéis na Globo. No início de 2020, em entrevista a Amaury Jr. na RedeTV!, o multiartista classificou o governo de Jair Bolsonaro de “calamidade” e criticou ministros mais ideológicos, como Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).