Fora da Globo desde o ano passado, quando não teve o contrato renovado após 40 anos na emissora, Aguinaldo Silva pode ser escalado como comentarista do ‘BBB21’ em algum programa do canal. O autor de fenômenos de audiência como ‘Roque Santeiro’, ‘Tieta’ e ‘Fina Estampa’ destila seu veneno, ops!, seu deboche peculiar ao repercutir o reality show em seu perfil @aguinaldaosilva no Twitter.
Ao analisar o ‘gabinete do ódio’ formado por Karol Conká, Nego Di, Lumena e Projota, o dramaturgo citou uma de suas melhores personagens. “Pra superar este BBB de agora em matéria de vilões, só convidando a Nazaré Tedesco para participar do próximo”, postou. A inesquecível raposa felpuda (“Loura louca, loura linda, louraça boazuda”) de ‘Senhora do Destino’ seria a inimiga perfeita para duelar com Conká.
Em outro tweet, Silva comparou a fórmula narrativa de um folhetim da TV com o deste ‘Big 21’. “Toda novela sobrevive 240 capítulos porque tem um mocinho pelo qual a gente pode torcer e bandidos que no fim serão devidamente castigados. Mas essa versão atual do BBB tem um problema sério: mocinhos mesmo, de verdade, ele não tem nenhum.”
Aguinaldo se irritou com o comportamento de Rodolffo. O sertanejo não disfarça incômodo com a presença e os trejeitos de Gilberto, homossexual assumido assim como o novelista. Em um tweet amplamente repercutido dias atrás, ele ironizou o brother. “Sabem o que é pior do que ser homofóbico? É ser homofóbico, ter o piupiu pequeno e descobrir, no banheiro do BBB, que o do gay é maior.”
Antes disso, o escritor de 77 anos, vencedor de dois prêmios Emmy Internacional, já havia criticado a reação negativa da parte de alguns participantes do ‘BBB21’ em relação à sexualidade de Lucas e o beijo entre ele e Gilberto. “Não entendi nada. Pode preconceito, discriminação, bullying, racismo, mas bissexualismo não pode?”, questionou.
Importante registrar que o termo correto é bissexualidade. O sufixo ‘ismo’ deixou de ser usado para designação de orientação sexual por estar associado a transtornos e doenças.
Em outro tweet, Aguinaldo Silva comparou a realidade paralela de quem está no reality show com a realidade muitas vezes maquiada da ‘vida real’. “Ver o BBB nas circunstâncias atuais é muito engraçado: eles estão confinados lá dentro e nós estamos confinados aqui fora. Mas existe uma enorme diferença entre uns e outros: é que lá eles não precisam usar máscaras, podem se agarrar à vontade e fazer de tudo. Já aqui fora...”
Como se constata, é saboroso acompanhar a mais polêmica edição do mais odiado reality show lendo as pérolas de um gênio da teledramaturgia.