A primeira novela de Walcyr Carrasco às 21h na Globo foi Amor à Vida, em 2013. Elevou a audiência em dois pontos na comparação com a antecessora Salve Jorge.
A segunda produção do autor, O Outro Lado do Paraíso, em 2017, também acrescentou dois pontos à média da anterior, A Força do Querer.
Agora, com A Dona do Pedaço, Carrasco já fez subir em três pontos o desempenho da emissora no Ibope em relação ao índice de O Sétimo Guardião.
Ele também se destaca em outras faixas. Êta Mundo Bom (2016) foi um fenômeno às 18h30: 27 pontos de média, sete a mais do que a trama passada, Além do Tempo.
Escritor profícuo, Walcyr sabe capturar o público interessado em ficção açucarada.
Em entrevista à revista Veja, o novelista minimizou a ameaça das séries de sucesso.
“Existe uma via de mão dupla entre os dois gêneros. Certas séries bebem das novelas extraindo delas o viés melodramático. As novelas, por sua vez, estão ganhando a agilidade das séries.”
Walcyr Carrasco contesta a previsão de que a telenovela tradicional – que agora enfrenta a concorrência dos canais pagos, das plataformas de streaming e da internet – está com os dias contados.
“Há décadas que as pessoas dizem que a novela vai morrer. Enquanto isso, ela se populariza no mundo. Turquia, Filipinas, Portugal, todos estão produzindo e vendendo suas novelas por aí.”
A Dona do Pedaço está longe de ser a melhor criação do autor, porém, mais uma vez, ele prova dominar a complexa arte de atrair telespectadores – missão ainda mais difícil na era da desatenção provocada pelos celulares.