A classe artística, formada por muitos homossexuais e simpatizantes, está alvoroçada com a liminar concedida por um juiz do Distrito Federal que permite a terapia de reversão sexual, popularmente conhecida como cura gay.
O procedimento oferecido por alguns psicólogos – alguns deles ligados a igrejas evangélicas – é proibido pelo Conselho Federal de Psicologia.
Aguinaldo Silva, autor de novelas de sucesso como ‘Roque Santeiro’ e ‘Tieta’, usou o Twitter (@aguinaldaosilva) para debochar da decisão judicial.
“Se ser gay é uma doença, então, senhores, podem sossegar vossas passarinhas e relaxar, porque eu garanto: essa doença não tem cura!”, tuitou a seus 685 mil seguidores.
Em mensagem de 12 de setembro, ele já havia se manifestado a respeito da opressão às minorias: “Está chegando o dia em que a maioria terá que estender tapetes de flores para todas as minorias e depois se recolher à sua insignificância”.
Homossexual assumido, o novelista criou icônicos personagens gays da teledramaturgia, como o casal Laís (Cristina Prochaska) e Cecília (Lala Deheinzelin) de ‘Vale Tudo’ (1988-89), o esotérico Uálber (Diogo Vilella) de ‘Suave Veneno’ (1999), o carnavalesco Ubiraci (Luiz Henrique Nogueira) de ‘Senhora do Destino’ (2004), o cozinheiro Bernardinho (Thiago Mendonça) de ‘Duas Caras’ (2007-08) e o blogueiro Téo Pereira (Paulo Betty) de ‘Império’ (2014-15).
Sem papas na língua nem freio nos dedos na hora de tuitar, Aguinaldo Silva também é um ativista contra a discriminação por idade – ele, que está com 74 anos, é um alvo fácil de haters nas redes sociais.
“Qualquer forma de preconceito é criminosa. Mas ninguém fala do preconceito contra idosos. O que tem de gente me chamando de velho safado”, protestou recentemente.
“Mulheres, negros, índios, moradores de rua... E o preconceito e a discriminação contra pessoas idosas? Disso ninguém fala. Acham natural?”, insistiu no tema, em outra mensagem.
A quem possa interessar, Aguinaldo avisa que está solteirinho da silva. E energia, como se vê, não lhe falta.