Podem falar mal do formato, mas o ‘Big Brother Brasil’ possui um mérito inegável: promove a ligação direta entre a TV e a internet e, com isso, gera relevante repercussão no universo virtual.
Poucas atrações incentivam com tanta eficiência (e resultado) o hábito da segunda tela, quando o telespectador divide sua atenção entre a TV e o celular ou o computador, para comentar em tempo real o que está sendo exibido.
O ‘BBB’ cumpre essa missão. Desde que estreou, em janeiro, ele não foi líder no ranking semanal do Twitter, aferido pela Kantar Ibope, uma única semana: a da transmissão dos desfiles de Carnaval. No Brasil, o microblog se tornou o melhor termômetro do êxito de um programa na internet.
O reality show da Globo faz hoje o que as novelas conseguiam tempos atrás: arrancar o público da letargia para se posicionar contra ou a favor, torcer e propagar. E essa provocação à passionalidade do telespectador é fundamental para determinar o sucesso de uma produção.
As emissoras encontram dificuldade cada vez maior para atrair e manter pessoas diante do aparelho de TV – e consequentemente fazê-las amplificar a programação na web, gerando visibilidade valiosa às atrações.
O ‘BBB’ pulveriza a indiferença e a imparcialidade do público. Baseado em heróis e vilões, o programa atiça o senso de cumplicidade do telespectador, o estimula a tomar posição e a defender seu ponto de vista – e seus competidores preferidos – no campo minado da internet.
Esta décima sétima edição, que começou tão fraca e ganhou pulsação mais forte somente nas últimas duas semanas, chegou a estimular mais de 112 milhões de votos em um paredão e tuites que foram visualizados mais de 40 milhões de vezes numa única noite.
É a repercussão sonhada por todo programa de TV.