Onde há informação, há poder. Hoje, as mulheres do Big Brother Brasil 20 estão em vantagem. Eleitos na votação da Casa de Vidro, Daniel e Ivy repassaram para as sisters os dados recebidos do público enquanto os dois estavam expostos em um shopping center do Rio. As artimanhas do grupo então liderado por Petrix — eliminado na terça-feira (4) com 80% dos votos — perderam efeito.
Em uma reunião no estilo Clube da Luluzinha, as 10 sisters tomaram conhecimento de como estavam sendo manipuladas e o risco corrido por conta do plano de sedução armado pela maioria dos homens. Foi um choque de realidade com direito a revolta e choro. “Eles não prestam, esses machos. Eles não respeitam vocês”, revelou Daniel, novo aliado da ala feminina.
Agora teoricamente unidas, as mulheres podem fazer da atual temporada uma edição histórica, como anunciou a Globo. Caso joguem juntas e de maneira coordenada, conseguirão ressaltar o valor da sororidade e dar uma resposta contundente contra o machismo, o sexismo e a misoginia.
Na trajetória do Big Brother Brasil, desde a primeira edição em 2002, os maiores jogadores — alguns vistos como vilões, outros como grandes estrategistas — foram homens. As mulheres eram aliadas ou vítimas. Não por falta de competência ou ambição, e sim por se envolver na disputa de maneira mais emotiva e menos tática.
Criticado pelo conteúdo negativo até aqui (agressões, assédio, declarações preconceituosas e atitudes rudes), a vigésima edição do reality show mais amado e odiado da TV brasileira ganha a chance de tomar outro rumo: ficar mais interessante, ainda que baseada na manjada rivalidade entre homens e mulheres e no maniqueísmo simplista que separa bons e maus.
No momento, as sisters estão com a faca e o queijo em mãos. Unidas, serão imbatíveis contra os pseudos machos alfa, cujo suposto poder dominante já se mostrou um embuste. Das 19 edições concluídas, os homens foram campeões dez vezes. As participantes do BBB20 têm oportunidade de ouro de promover o empate feminino nesse ranking de vitórias.