Quando a televisão foi inaugurada no Brasil, em 1950, muitas pessoas afirmaram que seria o fim do rádio.
Depois, quando a internet se popularizou, a partir da década do ano 2000, tantos outros decretam a decadência da TV.
Esses profetas da comunicação precisam rever suas previsões.
Levantamento da empresa Kantar Ibope Media, divulgado semana passada, mostra que o hábito de assistir à TV regularmente chega a 93% dos brasileiros nas áreas metropolitanas.
Outro dado relevante da pesquisa: na última década, o tempo médio de consumo de TV nos lares do País cresceu 12%. Passou de 8 horas e 18 minutos por dia para 9 horas e 17 minutos diários.
Foi justamente nesse período que multiplicou o acesso à internet e as redes sociais passaram a fazer parte da rotina de pessoas de todas as idades e classes sociais – para muitas delas, aliás, se tornou uma subvida virtual.
Quem apostou que a web destruiria a televisão saiu derrotado.
“É interessante notar que o avanço da internet fortaleceu a televisão no Brasil. A popularização do VOD (vídeo sob demanda) e o uso das redes sociais como uma experiência complementar à TV trouxeram uma nova dimensão para o consumo de conteúdo televisivo e um compromisso ainda maior na produção dos mesmos”, analisa Adriana Favaro, diretora comercial de Veículos da Kantar Ibope Media.
“É cada vez mais comum encontrar programas de TV que engajam com os internautas e emissoras que disponibilizam conteúdo adicional em outras plataformas.”
A Globo, por exemplo, passou a disponibilizar suas séries na plataforma GloboPlay meses antes da estreia na TV. E quem perdeu a exibição de algum programa pode acessá-lo online.
Entre as atrações com bom desempenho no YouTube e nas redes sociais está o MasterChef Brasil, talent show gastronômico da Band.
Numa temporada, o anúncio do cozinheiro vencedor foi revelado primeiramente no Twitter, privilegiando os seguidores do perfil do programa.
A experiência da segunda tela, quando o telespectador assiste a um programa na TV e, ao mesmo tempo, se mantém conectado a um smartphone ou tablet, se torna cada vez mais popular. Essa interação entre o velho e o novo garante a existência da televisão.
Os números apresentados pela Kantar Ibope Media provam que as inúmeras tentativas de boicote à TV – especialmente contra a Globo – não surtiram efeito.
O veículo continua a ser o principal influenciador da maioria da população. Para milhões de pessoas, o controle remoto ainda é tão importante quanto o celular.
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