Desde 1º de janeiro, a Globo não tem mais prioridade no Palácio do Planalto por conta da relação tensa entre Jair Bolsonaro e as TVs da família Marinho.
Tudo indica que a emissora líder em audiência no País terá dificuldade em conseguir informações e entrevistas exclusivas com a cúpula do governo.
O presidente e sua equipe escolheram o SBT para a primeira entrevista após a posse. A exibição aconteceu no SBT Brasil de quinta-feira, dia 3.
O telejornal dedicou 41 minutos a Jair Bolsonaro. A conversa foi conduzida pelo âncora Carlos Nascimento, com a participação dos repórteres Thiago Nolasco e Débora Bergamasco.
A expectativa era que, neste início de mandato, a RecordTV tivesse prioridade para entrevistar Bolsonaro em retribuição ao apoio manifestado pelo dono da emissora e líder da Igreja Universal, bispo Edir Macedo, e pela convergência entre o presidente e o canal nas pautas evangélicas.
Tudo indica que a aproximação de Bolsonaro com Silvio Santos, ampliada num almoço em dezembro, na mansão do apresentador-empresário, colocou o SBT em lugar de destaque na comunicação do Planalto.
A animosidade do novo presidente com a Globo pode impulsionar o jornalismo da RecordTV e do SBT.
Ter fontes quentes nos gabinetes e a boa vontade de quem está no poder são condições imprescindíveis aos jornalistas para superar a concorrência.
Há quem diga que a Globo e a GloboNews já se movimentam para conquistar a simpatia de políticos do primeiro escalão a fim de evitar um ‘boicote’.
Somente o tempo dirá como a linha-dura de Bolsonaro vai dificultar ou beneficiar o telejornalismo e o desempenho individual das grandes redes de TV na cobertura das notícias de Brasília.
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