A Avon se tornou a primeira marca de maquiagem a patrocinar uma edição do ‘Big Brother Brasil’. A cota master no ‘BBB21’ teve valor de tabela de R$ 78 milhões. Mas a primeira grande inserção da gigante de cosméticos no reality show da Globo acabou de maneira desastrosa.
Diante dos produtos expostos na casa, o fazendeiro Caio sugeriu que todos os brothers fossem maquiados pelas sisters. Desafio aceito. Assim que se viram maquiados, alguns deles começaram a agir com trejeitos, como se imitassem uma mulher ou uma travesti, e criaram nomes femininos.
Empolgado, Caio transformou a camiseta branca em um top que o deixou de barriga de fora, levantou a bermuda para ressaltar as nádegas e disse se chamar ‘Shayenne’.
A DJ Lumena, que é bissexual declarada e ativista LGBT+, não gostou. Enxergou preconceito na suposta brincadeira. “Em mim tocou em um lugar muito violento”, disse ela a Caio, representante do homem padrão (cisgênero, branco, hétero).
“Eu sei que você não sabe, porque eu sei que você não tem amiga trans, não tem amiga travesti.” A participante insistiu na reprovação do que viu. “O que você brincou hoje, para as outras pessoas, para outros grupos, é violência.”
Abalado, Caio afirmou ter conhecimento da violência sofrida por filhos gays de funcionários de sua propriedade. Casado e pai de duas meninas, ele cogitou abandonar o programa por ter se sentido exposto como “machista”.
O merchandising da Avon se perdeu no meio da polêmica, assim como a mensagem em prol da tolerância. A marca abriu o primeiro intervalo na estreia do ‘BBB21’, na segunda-feira (25), com um comercial no qual algumas moças e um rapaz apareceram com maquiagem em tons fortes de rosa, em nítida promoção da diversidade sexual e de gênero, e da liberdade de o homem também se maquiar.
Na sexta-feira (29), a assessoria de comunicação da Avon fez contato com o blog para apresentar a posição da empresa a respeito do episódio no 'BBB21':
"Nós da Avon acreditamos na importância de abrirmos espaços para conversas saudáveis sobre diversidade e a celebramos em tudo que fazemos. Além disso, repudiamos qualquer forma de preconceito e reforços de estereótipos de gêneros. Queremos ser uma empresa totalmente inclusiva não só para colaboradores, associados e revendedores, mas também para os nossos consumidores e fornecedores. Por essa razão, nossas ações são focadas em ampliar ainda mais nosso alcance e levar essa conversa para a casa de todos os brasileiros".