Canal no YouTube exibe histórias de "gente como a gente"

‘Nem Sei Quem Sou’ entrevista anônimos e pretende chegar aos famosos

8 abr 2017 - 15h23
(atualizado às 15h24)
Canal apresenta pessoas com visões diversas a respeito da vida e do mundo
Canal apresenta pessoas com visões diversas a respeito da vida e do mundo
Foto: Reprodução/Canal 'Nem Sei Quem Sou'

Sean sente prazer ao captar o sentido da vida. Valéria aprendeu a se reinventar após ser demitida. Deborah gostaria de mudar o mundo a partir da Educação. Fernando concilia a fé e as lutas de MMA. Rafael acredita que a vida continua após a morte.

Estes personagens da vida real estão documentados no canal do YouTube ‘Nem Sei Quem Sou’. A partir de histórias e experiências de pessoas comuns, lança-se um olhar sobre a diversidade humana no pensar e agir.

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“As grandes ‘verdades’ e ‘certezas’ acabam inevitavelmente se transformando em poeira estelar”, afirmam os idealizadores Bruno Leite, fotógrafo de 39 anos, e Matias Romano, engenheiro, 34.

Bruno tinha a ideia de criar uma exposição de retratos de anônimos e, ao lado de cada imagem, incluir relatos da existência do fotografado. Matias planejava fazer algo parecido, em vídeo.

Os dois sempre tiveram a vontade de alcançar a profundidade das pessoas em temas delicados e às vezes tratados como tabu, como a morte.

Agora unidos no mesmo projeto, eles conversaram com o blog:

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Os idealizadores Matias e Bruno: interesse pela vida como ela é
Foto: Bruno Leite/Divulgação

Na era das supercelebridades e subcelebridades, por que o interesse pela história de anônimos?

O interesse na verdade está na história da pessoa, independentemente se ela é uma celebridade ou um anônimo. Acreditamos que todos têm algo muito importante a dizer, e isso pode ajudar outras pessoas. Ouvir a diversidade de pensamentos nos torna cada vez mais tolerantes, palavra esta que parece que caiu em desuso, mas que é tão importante para o convívio em sociedade.

Como acontece a seleção dos entrevistados?

De início foram amigos e parentes, mas em pouco tempo já começamos a receber e-mails de pessoas pedindo um espaço para serem ouvidas. Como queremos entrevistar diversas pessoas, não existe uma seleção. Quem quiser pode participar.

Como os entrevistados costumam reagir diante da câmera? A experiência acaba servindo como autoanálise? 

Sim, a autoanálise é inevitável. As pessoas que participam acabam de uma maneira ou outra se beneficiando do projeto. Muitos já nos relataram que voltaram para casa pensando nas perguntas e refletindo o que disseram para a câmera. No final, escutar o outro tem um grande ganho para todos. Assim como as pessoas são bem diferentes, as reações diante da câmera, também. Tentamos ao máximo deixar todo mundo confortável criando um cenário intimista. Entendemos que não é fácil falar sobre temas tão delicados na frente de uma câmera, principalmente sabendo que vai para o YouTube. Tudo é válido. Não existe uma resposta ‘certa’. Captamos tudo e na edição não tiramos nada, a menos que seja pedido pela própria pessoa.

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Qual a ambição do canal e qual a contribuição ao conteúdo ‘infinito’ da internet?

A ambição é se tornar um canal grande, com muitos inscritos. Temos várias outras ideias interessantes e igualmente fascinantes, sempre seguindo essa temática sobre a vida sob uma perspectiva mais positiva. Acreditamos que a contribuição é direta. Escutar o outro, com tantas realidades, tantas histórias diferentes, tantas sabedorias distintas acaba enriquecendo a vida de todos. O mundo hoje está sendo invadido por um pensamento binário horrível, na política, religião e até no futebol. Como está escrito na descrição do canal, acreditamos que somos um grande zoológico humano e a diversidade é o nosso maior legado evolutivo e social.

Pretendem entrevistar famosos? 

Mas é claro, se surgir a oportunidade. Adoraríamos saber o que o Neymar acha sobre o sentido da vida, pois sobre futebol já estamos cansados de saber, não é verdade? Ou o que pensa o fotógrafo Sebastião Salgado sobre a morte. Ou até mesmo com quem Zeca Pagodinho passaria um dia. Pode apostar que teríamos respostas surpreendentes. Você não se interessaria em saber?

Fonte: Especial para Terra
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