Luciano Huck é um dos apresentadores com maior audiência da TV brasileira. Exibido nas tardes de sábado, o Caldeirão chega a marcar 15 pontos.
Esse índice representa 3 milhões de telespectadores na Grande São Paulo, principal área de aferição de público da Kantar Ibope.
Além de garantir liderança confortável à Globo, o programa gera faturamento alto.
Bem relacionado, o apresentador negocia verbas milionárias de publicidade diretamente com grandes anunciantes.
Apesar de tamanho êxito, o Caldeirão poderá chegar ao fim em 2020, após as comemorações do vigésimo aniversário, em abril. Luciano Huck já está, inegavelmente, em pré-campanha à Presidência da República.
O projeto político tem ocupado espaço relevante em sua agenda. São palestras, reuniões com cúpulas partidárias e discussões em grupos de estudos a respeito das soluções para o Brasil.
Na sexta-feira (4), Huck foi recebido em jantar pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Conversaram sobre uma coalizão de centro. À imprensa, Maia disse que a candidatura presidencial do apresentador “é uma possibilidade”.
Para a Globo, seria péssimo. Perderia uma atração importante na grade do sábado e enfrentaria os ataques de quem enxergaria Luciano Huck como o candidato oficial da família Marinho, dona do canal. Um prato cheio para contestar a imparcialidade do jornalismo praticado pelo Grupo Globo.
No sábado, em transmissão na internet, Jair Bolsonaro comentou sobre a possível entrada do artista na corrida eleitoral. “Alguém acha que o povo vai votar em um pau mandado da Globo? Não vai.”
Huck e o presidente passaram a duelar por meio da mídia após uma crítica do apresentador à Presidência do capitão reformado durante encontro com jovens no Espírito Santo, em agosto.
“Eu não acredito que a gente está vivendo o primeiro capítulo da renovação. Para mim, estamos vivendo o último capítulo do que não deu certo.”
Depois de desistir de se lançar candidato ao Planalto no início de 2018, Huck declarou jamais ter votado no PT e reafirmou sua repulsa ao partido. Deixou subentendido o voto em Bolsonaro.
Agora, ele passou de apoiador informal do presidente a provável adversário dele em 2022. Quem acompanha as piruetas da política brasileira só pode concluir uma coisa: “Loucura, loucura, loucura!”