A Globo transmite sua programação por meio de 122 emissoras (próprias e afiliadas) em todo o território nacional.
Apesar dessa abrangência, os principais telejornais do canal ainda estão baseados no Rio e em São Paulo – e prevalece a visão de cariocas e paulistas a respeito do que acontece no País.
Por isso tem relevância a presença de âncoras dos 26 estados e do Distrito Federal na bancada do 'JN' durante as festividades das cinco décadas do jornalístico.
O rodízio foi aberto no sábado (31) com Márcio Bonfim, da Globo Nordeste em Pernambuco, e Cristina Ranzolin, da RBS TV do Rio Grande do Sul.
A apresentadora do 'Jornal do Almoço', em Porto Alegre, não é estreante no telejornalismo de exibição nacional.
Ela dividiu o 'Jornal Hoje' com William Bonner (atual âncora e editor-chefe do JN) entre 1993 e 1996, além de ter sido interina por um curto período no 'Jornal da Globo'.
Em seu perfil no Twitter, Márcio Bonfim se define como "paulista de nascimento, mineiro por adoção, pernambucano de coração". Ele comanda o 'NE1' a partir da sede da Globo no Recife.
Esses rostos novos para a maior parte dos telespectadores ressaltam a diversidade étnica e cultural ainda não representada de maneira satisfatória na TV.
O jornalismo não pode ter apenas a marca do eixo Rio-São Paulo. Deve tentar gerar identificação em cada dos 210 milhões de brasileiros.
Neste domingo (1º), o 'Jornal Nacional' completa 50 anos. O principal telejornal da televisão brasileira está numa fase de audiência alta. Chega a marcar mais de 30 pontos (acima de 6 milhões de telespectadores na Grande São Paulo).
Ainda que tenha três, quatro, às vezes cinco vezes mais público do que os principais concorrentes, o 'JN' é alvo de ruidosa contestação – nas ruas, lares, redes sociais e na política – a respeito de sua imparcialidade e isenção.
Apesar disso, o poder de influência e o status continuam colossais. Milhões de brasileiros ainda recorrem ao jornalístico das 20h30 para se informar ou confirmar as notícias lidas no celular ao longo do dia.
Mesmo com essa situação confortável, o 'Jornal Nacional' precisa se reinventar como produto televisivo.
Aquele formato engessado – sem opinião própria, com a cobertura superficial dos principais assuntos do dia e algumas inexplicáveis omissões de notícias – o deixa parado no tempo.