A última roça de A Fazenda gerou meio bilhão de ligações de telespectadores. Jojo Todynho foi a mais votada para permanecer no reality show, com 40% da preferência do público. Consolidou sua força na luta pelo prêmio de R$ 1,5 milhão.
Qual explicação para tamanha aprovação popular? Por que ela agrada tanta gente? E por qual motivo é desprezada por tantos outros? Algumas possíveis respostas:
‘Dona de si’ - Jojo é uma mulher livre ao se expressar. Diz o que pensa sem meias palavras. Não guarda desaforo nem faz a linha diplomática para tentar agradar. Poucas, pouquíssimas pessoas usufruem esse grau de autenticidade. A maioria de nós ‘engole sapos’ a fim de evitar conflitos e ser aceita socialmente. A funkeira defende no grito (literalmente) a liberdade de ser quem é. Quem gostaria de ser igualmente independente a aplaude, e quem não gosta de sua franqueza que vá à luta.
‘Autoestima inesgotável’ - Em uma sociedade que supervaloriza a mulher branca, magra, alta e discreta, Jojo dá um tapa na cara da idealização estética e se diz “mó gostosa” sendo negra, gorda, baixa e extravagante. Ela não tem nenhum pudor em exibir a silhueta avantajada e afirma seduzir os homens que quer. Qual brasileira não deseja ter tamanha segurança emocional, amor próprio e liberdade sexual? Quando ‘haters’ debocham do corpo dela na intenção de atacar sua autoestima, a cantora gargalha, chacoalha os seios, rebola e desce até o chão.
‘Do quase nada ao estrelato’ - Poucas coisas despertam tanta inveja quanto a ascensão meteórica de uma pessoa. Instantaneamente ela passa a sofrer ataques gratuitos pelo simples fato de ter ‘subido na vida’. No Brasil, muita gente se sente ofendida com o sucesso alheio. Jojo saiu de Bangu, no subúrbio do Rio, onde teve empregos com baixa remuneração (faxineira, camelô, babá, vendedora de picolé etc.) para se tornar bem-sucedida ‘personalidade de mídia’ e digital influencer. Quem se incomoda com tais vitórias fica com ‘sangue nos olhos’.
‘Rainha da porra-louquice' - Somente alguém muito introspectivo ou mal-humorado não gostaria de extravasar de vez em quando. Como cantavam as Frenéticas: abrir as asas, soltar as feras, cair na gandaia. Jojo faz isso sem medo de passar vexame. Deu vontade de correr nua? Ok, ela tira a roupa e sai em disparada pela sede de ‘A Fazenda’. Quem não quiser vê-la pelada que feche os olhos. Enquanto a maior parte das pessoas reprime vontades e impulsos, a funkeira libera seu lado louco e ri das próprias maluquices. Leva ao pé da letra o conceito de ‘alegria doida’ citado pela escritora Clarice Lispector.
‘Sabedoria instintiva’ - Em vídeos nas redes sociais e em algumas conversas com colegas de ‘A Fazenda’, Jojo se mostra uma mulher amadurecida. Tem apenas 23 anos, mas a árdua experiência de vida a faz enxergar o mundo e as pessoas com impressionante clareza. Segue a teoria de que é mais importante “ser” do que “ter”. Ela verbaliza análises coerentes a respeito do comportamento humano a partir das atitudes de peões e peoas do reality. Já manifestou interesse em cursar Psicologia. Imagine tê-la como terapeuta: “Levanta desse divã e vai ser feliz, minha filha”.
