Na noite de domingo (15), a condução da entrevista de Jair Bolsonaro à CNN Brasil gerou inúmeras interpretações negativas entre críticos de TV e colunistas de política. A emissora foi acusada de ser benevolente com o presidente.
Questionamentos burocráticos teriam beneficiado o chefe do Executivo no dia em que ele virou alvo de críticas por apoiar os protestos de rua contra o STF e o Congresso e ignorar recomendações expressas do Ministério da Saúde para evitar o risco de contaminação e transmissão do coronavírus.
Neste primeiro momento, a CNN Brasil não conseguiu se livrar da desconfiança de ser pró-Bolsonaro ou um pastiche da conservadora Fox News. Essa suspeita persegue o canal há mais de um ano, desde o início de sua implementação no País. A cúpula da nova TV nega qualquer posição política, partidária ou ideológica. Vai ter que provar na prática se quiser consolidar a credibilidade pretendida.
Enquanto isso, a CNN dos Estados Unidos não esconde sua posição anti-Donald Trump. É considerada uma inimiga pelo presidente americano, assim como Bolsonaro classifica a Rede Globo. A GloboNews, principal concorrente da CNN brasileira, exibe uma cobertura bastante incisiva em relação a Bolsonaro — e agora se mexe para não perder relevância e o rótulo de principal canal de notícias da TV paga brasileira.