No ar desde 1996, a GloboNews reina absoluta no segmento de notícias da TV paga. Está sempre entre os canais melhor colocados no ranking de audiência. Chegou a ser o sétimo mais visto no final de 2018.
Essa posição confortável foi conquistada, sem dúvida, pela qualidade da programação. Mas há outro fator relevante: a falta de um concorrente forte.
RecordNews, lançada em 2007, e Band News, no ar desde 2001, nunca ameaçaram a liderança de público e influência do canal de notícias do Grupo Globo.
Agora surge uma nova emissora do gênero com potencial para acirrar a competição pelo público ávido por informações e análises a respeito, principalmente, de política e economia.
Após 17 anos na RecordTV, Douglas Tavolaro, que era vice-presidente de jornalismo, desligou-se do canal para instalar a CNN Brasil, espécie de franquia da mais poderosa emissora de notícias do planeta, sediada em Atlanta, no estado americano da Geórgia.
A CNN existe desde 1980. Tornou-se mais conhecida pela cobertura de guerras no Oriente e o time estrelado de repórteres, comentaristas e correspondentes.
Hoje, é a TV mais odiada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Contrapõe o jornalismo pró-Casa Branca praticado pela rival Fox News.
A CNN Brasil deverá começar a transmitir ainda este ano. “Nosso objetivo é contribuir com a democratização da informação no País”, afirma o fundador e presidente da construtora MRV, Rubens Menin, responsável pelo investimento milionário da operação.
Há expectativa a respeito da linha editorial que o canal vai seguir.
Na RecordTV, Douglas Tavolaro sempre foi fiel a seu patrão, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino do Deus. O jornalista escreveu os três volumes da biografia do líder religioso.
A pergunta recorrente nos bastidores da imprensa tem sido: a CNN Brasil vai ser crítica ao governo de Jair Bolsonaro, como o faz a GloboNews, ou será uma emissora alinhada ao poder?
Outro questionamento é como o canal jornalístico da família Marinho reagirá diante da ambiciosa concorrente. Ignorá-la não será opção.
Nessa provável guerra entre gigantes da informação na TV, o telespectador poderá ganhar um jornalismo mais abrangente, dinâmico e confiável. Ou assistir a uma deletéria batalha ideológica por audiência, influência e anunciantes. A conferir.
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