No domingo (10), o quadro 'Isso a Globo Não Mostra', do 'Fantástico', fez uma autoironia. Mostrou imagens do presidente Jair Bolsonaro atacando a emissora durante transmissão nas redes sociais e do ex-presidente Lula criticando o canal nos discursos após deixar a prisão.
Exibiu no mesmo segmento o personagem ‘militante revoltado’ interpretado por Marcelo Adnet, visto no humorístico 'Tá no Ar: a TV na TV', também acusando a emissora de ser tendenciosa e manipuladora. Ao final, uma personagem de novela vivida por Lília Cabral questiona: "Afinal, de que lado ela está?"
Essa é a pergunta que muitos telespectadores se fazem nesses tempos de polarização política e ideológica. A Globo está com a direita ou a esquerda?
A emissora da família Marinho afirma se colocar exclusivamente ao lado do jornalismo. "Prova a sua isenção o fato de que é alvo de ataques de ambos os extremos do espectro político, hoje tão radicalizado. A Globo faz jornalismo sério de qualidade e continuará a fazer. Sem se intimidar e sem jamais perder a serenidade", disse a direção do canal em nota lida nos telejornais no fim de semana.
Torpedeada pelos principais líderes políticos do momento, o canal mais poderoso do País suscita a ira de muita gente. No sábado (9), em um protesto pró-prisão em segunda instância, na Avenida Paulista, Regina Duarte, apoiadora de Bolsonaro, teve o discurso interrompido aos gritos de "Globo lixo" por parte dos manifestantes.
A atriz disse que a emissora não poderia ser julgada apenas pelas matérias do 'Jornal Nacional'. Poucos a ouviram, quase ninguém apoiou a tentativa de limpar a barra da empresa onde ela trabalha há 50 anos.
Apesar desse clima hostil nas ruas e nas redes sociais, a Globo vive momento confortável no Ibope. Os programas jornalísticos e as novelas ampliaram a liderança no ranking de audiência. Falharam as tentativas de boicote à programação. Muita gente fala mal da Globo, porém, não consegue deixar de assistir ao canal.