Deepfaker diz que poderia ter influenciado eleição de 2018

Bruno Sartori afirmou a Pedro Bial que vídeos editados sobre facada em Bolsonaro teriam potencial de produzir o caos na sociedade

12 dez 2019 - 15h57
(atualizado às 15h58)

Na noite de quarta-feira (11), o Conversa com Bial, da Globo, abordou os truques de imagem e áudio que usam a inteligência artificial para surpreender, divertir e até enganar as pessoas.

Os convidados de Pedro Bial foram o jornalista e 'deepfaker' Bruno Sartori, autor de vídeos de sucesso na internet, e o especialista em tecnologia e propriedade intelectual Ronaldo Lemos, comentarista da GloboNews.

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Bolsonaro assume o rosto de Whitney Houston e canta I Will Always Love You (Eu Sempre Vou Amar Você) para Donald Trump em vídeo feito por Bruno Sartori.
Bolsonaro assume o rosto de Whitney Houston e canta I Will Always Love You (Eu Sempre Vou Amar Você) para Donald Trump em vídeo feito por Bruno Sartori.
Foto: YouTube / Reprodução

Logo na abertura do programa, o âncora exibiu uma transformação impressionante criada em computador por Sartori. Diante das câmeras, sem corte de imagem, o rosto de Bial deu lugar à face do locutor esportivo Galvão Bueno e depois à do comentarista de arbitragem Arnaldo Cézar Coelho.

Depois, durante a conversa, Bruno revelou ter sido abordado por políticos para realizar trabalhos de deepfake com objetivo nada ético: prejudicar os adversários. "O pessoal procura na cara de pau. 'Precisamos de vídeo falso'. Não têm o menor pudor de perguntar se eu faria ou não."

Basicamente, a técnica de deepfake consiste em inserir o rosto de uma pessoa em outra e aplicar um discurso engraçado ou polêmico. Geralmente é usada com a imagem de artistas e líderes da política. Há desde paródias até montagens baseadas em fake news.

Bial quis saber se Sartori poderia ter influenciado a eleição presidencial de 2018 usando a deepfake. "Poderia", respondeu o jornalista. "Eu poderia fazer um vídeo real do Bolsonaro falando que inventou a facada, do Lula falando que mandou dar a facada. Até desmentir esse vídeo, já teria causado uma convulsão social"

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"Era o Doria ou não?", questionou Bial, citando o vídeo pornô viralizado meses atrás. O governador de São Paulo, João Doria, negou ser ele nas imagens onde um homem aparece nu, numa cama, cercado de mulheres nuas.

Sem graça, Sartori tentou contornar a saia justa. "Eu conheço a tecnologia desde o início. Aquela luz (do vídeo) não consegui reproduzir até hoje. Não quer dizer que o vídeo não possa ter sido manipulado com outras técnicas. Deepfake, não é". Irônico, Pedro Bial se abanou, em referência ao conteúdo picante do vídeo. A plateia riu.

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