Dias finais de Maradona: cerveja, charuto, maconha, remédios

Áudios revelam que ex-jogador era dopado para que funcionários de sua casa tivessem sossego

4 fev 2021 - 08h36

Com sérios problemas de saúde e em recuperação de uma cirurgia no cérebro, Maradona teve em seus últimos dias acesso livre a charutos, cigarros de maconha, vinho e cerveja. Inclusive misturava álcool com os vários remédios tomados ao longo do dia e à noite. Os detalhes da tragédia anunciada constam de áudios vazados de conversas entre o médico particular do ex-jogador, Leopoldo Luque, e um membro não identificado da equipe que cuidava do ídolo na casa dele. A imprensa argentina repercute a revelação com estarrecimento.

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Foto: Reprodução

O advogado Mauro Baudry, representante de Dieguito Fernando, 7 anos, filho caçula do lendário jogador, enxerga crime premeditado. “Estavam preparando a morte de Maradona”, declarou ao jornal esportivo ‘Olé’. Em um dos trechos, Dr. Luque comenta quais substâncias poderiam ou não aparecer na autópsia. Detalhe: a conversa aconteceu quando Maradona estava vivo. Ele morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos.

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“Se você ouvir os áudios com atenção, é como se eles (o médico e seu interlocutor) estivessem preparando a morte de Diego, vendo o que sai na autópsia e o que não vai sair. Como você vai saber que Diego vai morrer em um mês e que eles vão fazer uma autópsia? É muito sério, muito sério”, disse o advogado.

Nas gravações divulgadas por jornais, rádios e TVs da Argentina, entende-se que dois assessores que moravam na casa de Maradona forneciam a ele bebidas e ‘baseados’ à vontade para que o ex-atleta ficasse calmo e dormisse por muitas horas, deixando os funcionários livres. Revoltada, a cozinheira contou tudo o que viu e ouviu.

“Que desastre! Por Deus! Como eles mataram Maradona! Os áudios são ultrajantes, nos fazem pensar que Maradona foi morto”, indignou-se Mario Baudry. O advogado repetiu sua desconfiança em entrevista ao programa ‘Nosotros a la mañana’, do canal El Trece.

A necropsia feita no corpo de Maradona apontou como causa da morte “edema agudo de pulmão secundário a insuficiência cardíaca crônica exacerbada”, de acordo com o relatório oficial. A perícia toxicológica não detectou álcool e drogas ilícitas, apenas medicamentos contra ansiedade e depressão. Despertou estranhamento a ausência de vestígios de remédios para o controle de sua doença cardíaca. A investigação sobre a morte que chocou o mundo do futebol continua. A polêmica e o mistério, também.

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Tudo indica que Maradona fará companhia eterna a outros famosos cujas circunstâncias da morte sempre geraram dúvidas. Entre eles, Marilyn Monroe e Michael Jackson. Essa desconfiança alimenta a lenda em torno dos ídolos.

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