A Globo já teve um rio de dinheiro. O rio secou. Assim como suas concorrentes, o canal implementa severa reestruturação para cortar gastos na expectativa de melhorar o balanço financeiro.
A situação delicada nos últimos anos piorou com a crise econômica imposta pela pandemia de covid-19. Os contratos de transmissão do futebol foram afetados. A emissora faz jogo duro para não pagar o valor pedido pelos clubes. No momento, trava um mata-mata com o Flamengo.
O rubro-negro é o único time do Campeonato Carioca a não ter fechado acordo com o canal para ceder os direitos de exibição de suas partidas. A competição será retomada hoje à noite com um confronto entre o Flamengo e o Bangu, sem público, no Maracanã. Não haverá exibição na Globo nem nas plataformas digitais da emissora.
Em nota oficial, a emissora diz ter feito "grande esforço" para acertar um valor, mas "a proposta foi rejeitada pelo time". Revela que as duas partes ainda estão "longe de um acordo", mas apela ao Flamengo para entender o "momento de dificuldade financeira para todo o mercado".
Esse impasse ressalta a nova postura da Globo: negociar até o limite da exaustão a fim de economizar. A empresa que faturou R$ 10 bilhões em 2018 agora propõe valores mais baixos a atores, apresentadores, jornalistas, fornecedores e parceiros em eventos esportivos. Assim, pretende fazer o nível do rio voltar a subir.