O passado sempre volta. O cineasta norte-americano Peter Farrelly agora tem certeza disso.
Nesta terça-feira (22), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou a lista dos indicados à 91ª edição do Oscar.
Uma das ausências foi a de Farrelly entre os cinco nomeados a Melhor Diretor.
Seu filme Green Book, a respeito da relação de um motorista branco brucutu e seu patrão negro e gay conquistou ótimas críticas e valiosa visibilidade na mídia internacional.
Os atores Viggo Mortensen e Mahershala Ali foram lembrados nas principais premiações de cinema deste início de ano, inclusive pelo comitê do Oscar.
Como coadjuvante, Ali ganhou o Globo de Ouro e o Critic’s Choice. Tornou-se favorito à estatueta dourada nessa categoria, a qual já venceu por Moonlight em 2017.
Já Peter Farrelly perdeu a chance de ganhar uma nomeação como diretor depois da polêmica em torno de uma revelação feita por matéria recente numa revista: ele costumava mostrar o órgão sexual a atores e profissionais da equipe de seus filmes.
A atriz Cameron Diaz, que trabalhou com o diretor na comédia Quem Vai Ficar com Mary?, de 1998, confirmou ter presenciado o exibicionismo fálico de Farrelly.
O cineasta se desculpou. Disse que era uma “brincadeira idiota” para descontrair o set. A explicação não colou.
Após a popularização de movimentos contra o assédio sexual como #MeToo e Time’s Up tornou-se impensável que um cineasta de filmes considerados sexistas e depreciativos da condição feminina seja premiado em Hollywood.
Baixar a calça em público custou um momento de glória a Peter Farrelly.
Já o filme Green Book foi prestigiado pela Academia. A produção recebeu cinco indicações, inclusive a de Melhor Filme.
Em tempo: os indicados a Melhor Diretor no Oscar foram Spike Lee (Infiltrado na Klan), Alfonso Cuarón (Roma), Adam McKay (Vice), Pawel Pawlikowski (Guerra Fria) e Yorgos Lanthimos (A Favorita).
A cerimônia acontece no dia 24 de fevereiro, com transmissão ao vivo e na íntegra no canal TNT e exibição picotada na Globo.
Veja também: