Poucas vezes se viu na TV um triângulo amoroso tão insípido como o formado por Maria da Paz (Juliana Paes), Amadeu (Marcos Palmeira) e Régis (Reynaldo Gianecchini) em A Dona do Pedaço. Não há romantismo nem o fogo incontrolável da paixão. Falta recheio e calda nesse bolo.
Em compensação, personagens coadjuvantes roubam a cena em tramas sobre a redescoberta da sexualidade e da capacidade de amar e se sentir amado.
Lyris (Deborah Evelyn) começou o folhetim como uma dondoca submissa ao marido que a desprezava na cama. Mas logo deu a volta por cima.
Reencontrou o prazer nos braços musculosos do entregador Tonho (Betto Marque) e do pistoleiro Rael (Rafael Queiroz). Descobrir que Agno era gay e encerrar o infeliz casamento de fachada resultou na libertação da personagem.
Foi também depois de se livrar de um marido imprestável que Beatriz (Natália do Valle) passou a enxergar a vida com mais cores. Permitiu-se iniciar uma história de amor com Zé Hélio (Bruno Bevan).
Para isso, ela superou o próprio preconceito em relação à diferença de idade. Em breve o casal terá a tão aguardada – por eles e pelo público – primeira noite entre os lençóis.
Se antes era um solteirão solitário, agora o advogado Antero (Ary Fontoura) é disputado por duas senhoras ávidas por amor: Evelina (Nívea Maria) e Marlene (Suely Franco).
Apaixonadas pelo mesmo homem, as amigas setentonas representam a máxima de que nunca é tarde para tentar ser feliz ao lado de alguém especial.
Interessante ver Deborah Evelyn, 53 anos, Natália do Valle, 66, Nívea Maria, 72, e Suely Franco, 79, vivendo mulheres maduras tomadas por desejo e afeição.
Na juventude, cada uma delas já interpretou a clássica mocinha de novela. Hoje, experientes e com as marcas do tempo, mostram na teledramaturgia – um eco da vida real – que a libido e o coração não têm idade.
Suas personagens direcionadas por impulsos e sentimentos podem incentivar muitas telespectadoras a também refazer a vida amorosa na maturidade.
Para as atrizes é um momento especial na carreira. Afinal, na maioria dos folhetins, as coroas são apresentadas como mamães e vovozinhas com relacionamentos monótonos e inexiste vida sexual.
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